O ex-presidente do Brasil "Lula" da Silva, que está preso por corrupção, assume a candidatura pelo Partido dos Trabalhadores (PT) à Presidência do Brasil.

Lula assume candidatura presidencial pelo Partido dos Trabalhadores

O ex-presidente do Brasil “Lula” da Silva, que está preso há dois meses por ter sido condenado por corrupção, divulgou esta sexta-feira um manifesto em que assume a candidatura pelo Partido dos Trabalhadores, PT à Presidência do Brasil.

“Épara acabar com o sofrimento do povo que sou novamente candidato à Presidência da República. Assumo esta missão porque tenho uma grande responsabilidade com o Brasil e porque os brasileiros têm o direito de votar livremente num projecto de país mais solidário, mais justo e soberano, perseverando no projecto de integração latino-americana”, escreve o ex-presidente na sua página oficial, a partir da cadeia em Curitiba.

O manifesto foi lido integralmente em público esta noite, em Minas Gerais, pela também ex-presidente Dilma Roussef, durante o lançamento da pré-candidatura de Lula às eleições de Outubro.

No entanto, a candidatura do ex-líder sindical é uma hipótese remota, uma vez que as leis eleitorais brasileiras proibem condenados em segunda instância, como é o caso, de concorrer a qualquer cargo público.

O antigo chefe de Estado brasileiro foi condenado a 12 anos e um mês de prisão, em regime fechado, por corrupção e lavagem de dinheiro, num caso relacionado com o escândalo Lava Jato, encontrando-se a cumprir pena há dois meses, em Curitiba.

O PT mantém no entanto viva a esperança de uma candidatura presidencial de Lula, que aparece como favorito nas sondagens, pedindo a sua libertação, alegando que foi condenado injustamente. O partido lançou mesmo uma recolha de fundos para financiar a candidatura.

No manifesto, Lula volta a reclamar inocência. “Há dois meses estou preso, injustamente, sem ter cometido crime nenhum. Há dois meses estou impedido de percorrer o País que amo, levando a mensagem de esperança num Brasil melhor e mais justo, com oportunidades para todos, como sempre fiz em 45 anos de vida pública”, refere.

“Não posso me conformar com o sofrimento dos mais pobres e o castigo que está se abatendo sobre a nossa classe trabalhadora, assim como não me conformo com minha situação”, diz Lula, que se apresenta como “preso político”.

O ex-sindicalista critica a política do actual Governo, que na sua opinião protege os poderosos, e garante que a sua eventual candidatura representa a esperança num Brasil melhor. “Um País em que todos possam fazer novamente três refeições por dia; em que as crianças possam frequentar a escola, em que todos tenham direito ao trabalho com salário digno e protecção da lei. Um país em que todo trabalhador rural volte a ter acesso à terra para produzir, com financiamento e assistência técnica”.

(RM-NM)

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