As contradições de Adriano Maleiane: Depois de “mentir no Parlamento” sobre o pagamento de horas extras em mais de 70%, meia-volta reúne-se com os professores em busca de solução

Na semana passada, o Primeiro-ministro da República de Moçambique, Adriano Afonso Maleiane disse de viva voz na Assembleia da República (AR) quando questionado pelas bancadas parlamentares sobre o estágio dos pagamentos das horas extras na Função Pública, que o Governo já havia pago em mais de 70% aos professores e que falta apenas uma parte.

Agastados com a informação anunciada pelo Primeiro-ministro, o Presidente da Associação Nacional dos Professores (ANAPRO), Isac Marrengula disse que “ouvimos uma mentira do tamanho do mundo. Então, isso nos deixa cada vez mais frustrados. Só para ter exemplo, nos distritos que a província de Gaza tem, só pagaram em três. Agora, quais são esses 70% a que o Primeiro-ministro se referiu?”

Devido aos pronunciamentos de Maleiane, rapidamente vários professores começaram a manifestar-se em diferentes cantos do País com dísticos contendo mensagens duras contra o governo do dia, como: “Tom & Jerry. Governo e Professores. Dinheiro na conta, professor na sala de aulas. Professores agastados por falta de pagamento de horas extras – 2022, 2023 e 2024.” As imagens rapidamente viralizaram nas redes sociais.

Aliado a este facto, os professores anunciaram que caso não houvesse bom senso por parte do Executivo e uma solução do problema a partir da sexta-feira (26.04) todas as actividades lectivas serão paralisadas à escala nacional.

Tomando em conta que os alunos se encontram numa fase de avaliação de final de trimestre, eis que o Primeiro-ministro solicitou um encontro com a ANAPRO para esta quarta-feira (24.04) no seu Gabinete de Trabalho, em Maputo, com o objectivo de aproximar as posições sobre o impasse causado pelo não pagamento das horas extras aos professores.

Refira-se que o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) anda fechado em copas sobre a respectiva matéria, o que deixa mais agastados os professores. Entretanto, a atitude do Primeiro-ministro no Parlamento é questionável, uma vez que deu garantias em pleno pódio que o processo estava a ser resolvido e hoje parece que dirá outra coisa para a comunicação social! (Omardine Omar)

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