Moçambique registou cerca de 60.800 casos de conjuntivite hemorrágica até 14 de abril, num surto que tem afetado desde fevereiro várias províncias, segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Saúde.
Citada numa informação daquele instituto público, Margarida Chagunda, representante do Programa Nacional de Oftalmologia no Ministério da Saúde, refere que o atual “cenário é descrito por uma redução dos casos”, todas as semanas.
“Estes dados indicam que mais de 100 casos foram notificados só na província de Inhambane e cidade de Maputo, e algumas províncias não notificaram nenhum caso”, acrescentou.
As autoridades sanitárias admitem ainda preocupação com a automedicação para a doença ou o recurso a tratamentos tradicionais, que já provocaram em todo o país vários casos de cegueira.
“A doença é benigna, cura por si só, basta seguir as medidas de higiene pessoal, como a lavagem frequente, com água e sabão, da cara e das mãos. Portanto, não há necessidade de alarme. Algumas pessoas usam a urina, e eu gostaria de reforçar que a urina é produzida través dos rins para eliminar aquilo que o organismo não precisa, incluindo substâncias tóxicas”, afirmou.
O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma, alertou em 22 de março, em Maputo, que o surto de conjuntivite que afeta várias regiões do país está a condicionar a produtividade das empresas.
As empresas têm estado a dispensar os funcionários afetados, que ficam mais de 15 dias em casa, afetando o desempenho das empresas”, disse Vuma, ao intervir na primeira sessão plenária ordinária da Comissão Consultiva do Trabalho, que também junta o Governo.
O Ministério da Saúde indicou anteriormente que as províncias de Nampula e de Sofala são as mais afetadas por este surto, bem como Maputo. (DW/IMN)