“Banco Central tem limitações em operar”, diz Zandamela

O governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, diz que o alto endividamento do Governo traz limitações ao regulador, na operação de políticas económicas do país. Zandamela diz também que que os riscos cibernéticos tendem a ficar mais complexos, num contexto em que o país tem desafios na regulamentação e identificação dos casos.

Rogério Zandamela foi convidado a participar na conferência de Alto Nível no Ruanda, intitulada “The envolving role of Central Banks”, no âmbito dos 60 anos do Banco Nacional ruandês. Na ocasião, o governador do Banco Central falou dos desafios do sistema financeiro moçambicano e, em particular, da instituição reguladora que dirige.

“Temos um governo que está fortemente endividado, o sector público está fortemente endividado. Isso complica a nossa vida. Mas não paramos por aí. Quando olhamos para qualquer sector corporativo que temos, também tem alguma vulnerabilidade interna”, explicou.

Rogério Zandamela explicou ainda que os ataques cibernéticos são uma realidade no meio de limitações na regulamentação.

“Também temos problemas de riscos cibernéticos, que estão a ficar mais complexos. Vemos isso do ponto de vista do Banco Central. Monitoramos diariamente e em tempo real, onde os riscos cibernéticos estão centrados no Banco Central. Vemos o que acontece com as instituições financeiras”.

Além disso, prosseguiu, a exposição do país aos choques climáticos leva Moçambique a ter de depender de terceiros.

“Em grande medida, sempre que um país como o nosso enfrenta eventos extremos de mudança climática, dependemos do mundo exterior. E essas não são boas notícias. E isso remonta ao que foi dito pela manhã, estendendo a mão, pedindo ajuda”.

Estes desafios, justifica Zandamela, levaram o Banco de Moçambique a ter de criar alívios para o sistema financeiro. (O País)

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