O músico moçambicano, Stewart Sukuma, é parte do vasto naipe de artistas convidados para Festas do Mar de Cascais 2018.
No evento que vai acontecer de 17 à 26 de Agosto corrente, em Cascais, Portugal, Sukuma vai colaborar com a Orquestra Sinfónica de Cascais, numa participação que vai consistir na recreação do tema “Xitchuketa Marrabenta”, da autoria do músico moçambicano.
Para Sukuma este convite “representa tudo aquilo que eu desejo para qualquer artista moçambicano com o objectivo de crescer com trabalho árduo. Representa reconhecimento, maturidade e acima de tudo uma conquista de um nicho de mercado específico. Representa a abertura de novos horizontes para músicos das novas gerações”.
O artista e activista considera que a escolha da música “Xitchuketa Marrabenta”, um tema representativo da música suburbana em Moçambique só por si já é um desafio para quem vai executar e fazer novos arranjos para que se enquadre no conceito de música de orquestra. “A Orquestra de Cascais é reconhecida no mundo inteiro e é uma referência no mundo da música clássica por isso tenho a máxima confiança de que a parte criativa aliada ao profissionalismo vai ser fundamental para criar um resultado positivo”.
Sobre o processo criativo, Stewart Sukuma diz que vai deixar o momento convergir com a espontaneidade o que sempre lhe caracterizou como artista. “Surpresas, eu gosto de surpresas, faço um desenho na cabeça mas deixo o resto ao critério da imaginação, do momento no trabalho, porque aí a componente colectiva pode gerar um produto final interessante. Raras vezes a música popular se mistura com a música clássica no seu verdadeiro sentido da palavra. O que estamos habituados a ouvir são arranjos por cima de uma base já existente e esse método para mim não representa uma mistura entre a música popular e a música clássica, Essa mistura tem de ser mais profunda. Usar elementos técnicos e criativos dos dois estilos musicais para criar um resultado verdadeiramente de fusão”.
O convite para esta colaboração, de acordo com Stewart Sukuma, é fruto de muitos anos de trabalho no terreno, contactos, parcerias e acima de tudo o facto de representar um pouco do que a música de Moçambique oferece. “Tenho uma atenção especial por Portugal não só pelas razões históricas mas porque desde miúdo acompanhei a carreira de muitos artistas que se tornaram meus ídolos! Poder trabalhar com músicos como o Represas, Rui Veloso, Cuca Roseta Pedro Jóia, Ana Lains, Quinteto Lisboa é um privilégio e este aspecto certamente que contribui para esta recente parceria”, acrescentou.
(RM)