O antigo Presidente da República, Joaquim Chissano, diz que recebeu com muita tristeza a informação da morte do líder da Renamo, Afonso Dhlakama. Para Chissano, é doloroso que Dhlakama não desfrute com a família e os moçambicanos a paz que conquistou com muito sacrifício.
“Eu acho que é uma situação muito dolorosa para uma pessoa que fez esforços para atingir resultados e não poder ver esses resultados quando acontecerem. É doloroso ter essa saudade pela família e para regressar à casa como um corpo morto. É muito doloroso, isso afecta qualquer ser humano que olha para os outros assim, não importa se está politicamente em parte diferente, é um ser humano”.
O antigo estadista falou de um dos últimos momentos que teve com o líder da Renamo. “Dhlakama foi participar do funeral do meu filho, demos-lhe a palavra e ele expressou a sua simpatia para com a nossa família. E, portanto, nós encontramos os nossos lados humanos nem e então, esses lados humanos podem servir para unir uma família moçambicana”.
Por outro lado, falou do processo de negociações para a paz, que considera estar em fase conclusiva. “Para mim é, sobretudo, este último posicionamento para a conquista de uma paz efectiva, nesta nova postura. Mais ou menos o retorno daquilo que nós queríamos alcançar em 1992 e os anos seguidos e que, claro, há um processo. Acho que aí estava a culminar nesse pacote”.
E porque a negociação estava a ser feita por duas pessoas, Chissano destaca igualmente o papel do Chefe do Estado, Filipe Nyusi, neste processo. “Não é apenas o mérito de Dhlakama, porque Nyusi está nessa questão, não pode haver apenas um lado. O Presidente Nyusi deu grande impulso, fez reflexões muito visíveis, todo mundo conhece e ganhou confiança com Dhlakama… Dhlakama deixa como história, mas, só que, o que nós queríamos é esta mudança, esta mudança é que é um milagre para ele’’.
O País