Juiz do caso FDA ( Setina Titosse) diz que imprensa deve continuar a cobrir julgamento

Tribunal nega pedido da defesa de Setina Titosse sobre interdição de cobertura jornalística no caso

Tribunal nega pedido da defesa de Setina Titosse sobre interdição de cobertura jornalística no caso

Foi a sessão mais curta desde que arrancou o julgamento, a 12 de Setembro corrente. Por volta das 10 horas o juiz Alexandre Samuel entrava na sala da sétima sessão do Tribunal Judicial da capital e tinha como sua primeira agenda pronunciar-se face ao pedido do advogado de Setina Titosse, Jaime Sunda, de impedir que os jornalistas divulguem o teor das sessões de julgamento. O juiz defende que os jornalistas devem continuar a cobrir o julgamento e justifica com base na lei.

“Em relação ao requerimento subscrito pelo mandatário da ré Setina Titosse, nos termos do qual requer ao tribunal a não autorização da publicidade dos actos processuais nos presentes autos, nesta fase de audiência do julgamento, por pôr em causa o direito ao bom nome e imagem, o tribunal reafirma o seu posicionamento no sentido de permitir a presença dos órgãos de comunicação social a assistirem as audiências do julgamento em obediência ao número três do artigo 48 da Constituição da República”, disse o juiz Alexandre Samuel.

Entretanto, o magistrado apela a não publicitação das imagens dos arguidos, em respeito ao bom nome, imagem e dignidade da pessoa humana, no caso dos acusados, e exorta também a não divulgação na íntegra do teor das sessões de julgamento.

Entretanto, no que concerne ao oitavo dia da sessão. Foram ouvidos cinco declarantes, três dos quais irmãos de Milda Cossa, então funcionária de Setina Titosse e ao mesmo tempo cunhada, por ter-se casado com o primo da ex-PCA, que também responde em tribunal. Os três irmãos de Milda Cossa teriam recebido parte da verba retirada do FDA, entretanto dizem que não sabiam da sua proveniência, tendo aceitado receber o valor não quantificado a pedido de Milda e Setina. Dizem ter aberto as contas no BCI apenas com esta finalidade e os seus cartões de banco teriam ficado na posse da então PCA do FDA.

Foi também ouvido Amssuar Rassur, pai do arguido Abdul Rassur, casado com sobrinha de Setina Titosse. O senhor de 61 anos de idade teria pedido por emprestado 100 mil meticais ao filho, daí que teve de fazer as suas declarações sobre o caso.

Mas houve outras revelações, desta vez da actual direcção do Fundo de Desenvolvimento Agrário. Esteve representada pelo director Abdul César Mussuale, quem disse que quando a nova direcção tomou conta do FDA e teve informação de existência de três apartamentos em nome da instituição, entretanto depois da notificação do Gabinete Central de Combate à Corrupção, descobriu-se mais três apartamentos que não estavam em nome do FDA e mais tarde outros três, totalizando nove. E destes, dois estavam a ser arrendados, porém, em um deles não se sabe para onde ia a verba.

O caso de desvio de 170 milhões de meticais do FDA continua a ser julgado amanhã, devendo ser ouvidos outros declarantes.

O País

Author: Redacção

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