Trocas de acusações entre as bancadas parlamentares dos partidos Frelimo e Renamo dominaram as atenções da IV Sessão Ordinária da Assembleia provincial de Manica, que decorreu recentemente numa das estâncias hoteleiras que dista 8 quilómetros da cidade Chimoio ou seja no posto administrativo de Cafumpe, em Gondola.
O primeiro protagonista do cenário que, diga-se passagem, mais parecia, um parlamento infantil do que provincial, envolvendo adultos propriamente ditos, foi a presidente daquele órgão deliberativo, Rosita Lubrino, que dirigindo-se aos presentes acusou a Renamo de impedir a realização de jornadas parlamentares em seis dos 12 distritos desta parcela do país, nomeadamente Tambara, Ouro, Macossa, Báruê, Mossurize e Machaze, facto que não agradou a bancada do segundo maior partido da oposição.
Já a Renamo, na sua intervenção, na voz do representante do chefe da sua bancada parlamentar, Manuel Zindoga, acusou o chamado partido dos camaradas de ter do centenas de militantes, e simpatizantes, para além de mais de dez sedes incendiadas em resultado dos prejuízos contabilizados pelo seu partido nesta parcela do país.
Zindoga, ara além da perseguição e raptos que culminam com assassinato dos seus membros, em diferentes regiões da província, mostrou-se preocupado com a vandalização das delegações políticas provincial e distritais do partido da perdiz, afirmando que “ontem por exemplo (quinta-feira), encontra mos seis corpos sem vida nas margens do rio Lussapa, em Sussundenga, que eram nossos membros e que foram sequestrados dos seus locais de residência e a posterior assassinados e abandonados naquele local”.
Questionada sobre os possíveis mentores de tais actos bárbaros, a fonte desabafou: “nós não temos dúvidas que é a Frelimo que persegue e mata os nossos membros, incendeia os seus bens, casas, motorizadas, machambas, moageiras, gado, e até as nossas sedes em todos os distritos, incluindo na cidade de Chimoio”, acusou, tendo ido mais longe ao reiterar que diariamente um número não especificado de membros seus refugia-se no vizinho Zimbabwe, alegadamente à procura de sossego.
Num outro pronunciamento, aquele político provou com “a+b” que a Frelimo nem sempre almeja a paz. “Momentos antes do arranque da sessão todos fomos vasculhados, um por um, no intuito de saber quem estaria armado, tendo sido encontrado um membro do partido Frelimo pelo círculo eleitoral de Macossa, de nome Sairosse, com uma arma do tipo pistola, mas ninguém reagiu. Então, imaginem se essa vergonha tivesse sido da Renamo! Certamente que isso seria notícia”, vincou.
Por sua vez, o chefe da bancada da Frelimo, Manuel Cebola, instado a reagir às declarações do seu oponente foi parco em palavras, atribuindo à Renamo os ataques nas regiões de Dacata, Chirewua, Chiquequete, Chiurayrue, Chowa, Mavonde, Nguwaula, Chitundo, Nhamatema, Honde, Guta e Sabeta, nos distritos de Mossurize, Manica, Báruê, Macossa, Vanduzi e Tambara.
Fonte: Jornal Savana