“Sei que este assunto já mereceu debate há dias. Trago-o de novo para não ser cúmplice de certa hipocrisia. Já o disse, vezes sem conta e de pulmões ufanos, que não gosto de me calar. É a minha natureza…
Ragendra de Sousa é economista e professor universitário. Melhor dizendo: é Doutorado em Sociologia do Desenvolvimento e Mestre em Economia Agrícola e Demografia Social. Quando foi chamado por Filipe Nyusi para preencher a vacatura de vice-ministro da Indústria e Comércio, eu, diferentemente de muitos que auguravam um final infeliz, acreditei que fosse a muleta que o ministro Max Tonela precisava para dar pujança ao sector.
Quem não se recorda das emblemáticas intervenções de Ragendra de Sousa, sempre que era chamado em colóquios que tais? Colocava a nu as fragilidades que o Governo tinha (tem) em encontrar soluções para produzir comida. E para silenciá-lo, foi dado como prémio o cargo de vice-ministro. Agora anda ai a dizer coisas que nem ele mesmo acredita!
O problema deste país é de ter intelectuais de estômago. Não pensam no país, mas, sim, no seu estômago. E não são poucos…pululam ai aos magotes. Essa barganha ainda vai dar que falar!
E nós temos o vídeo em que o Ragendra de Sousa, dada à pressão das panificadoras em subir o preço do pão, aconselha aos moçambicanos para, na ausência do pão porque mais caro, comerem mandioca e batata- doce. Há provas irrefutáveis de que estes últimos produtos são mais caros que o pão. Será que o Ragendra de Sousa não sabia? Onde é que está aquele intelectual lúcido?
Alguém disse certa vez que o silêncio é de ouro. Ou por outra, as palavras que são nossas são as que mantemo-las dentro da boca. Basta pronunciá-las que deixam de nos pertencer e passam a ser alvos de diferentes interpretações: Ragendra de Sousa perdeu a rica oportunidade de se calar!!!!
Ele e o seu Governo devem encontrar soluções aceitáveis para este assunto do pão. Pode se ser pobre mas o pão não deve faltar à mesa dos moçambicanos. Querem travar uma guerra sem precedentes? Tirem o pão aos moçambicanos…
E é bem provável que haja sido Ragendra de Sousa a incutir na cabeça de alguns governantes essa coisa do Tseke. O que o Governo está fazer, é dar mostras das suas fragilidades. Este Governo é incapaz de resolver qual seja o problema do povo. Só resolve o dele: encher os bolsos enquanto o povo, feito suíno, come Tseke.
Soube que o Presidente Nyusi mostrou-se indignado, aquando da sua visita ao Ministério dos Recursos Minerais e Energia, ao saber que a EDM está de rastos porque muitas empresas públicas não pagam a factura da luz.
O que me indigna é que semanalmente há reuniões do Conselho de Ministros. Afinal que assuntos lá se abordam? O Presidente precisa ir até a EDM para saber que há problemas? O ministro da tutela nada diz? As reuniões só servem para falar de Tseke, enquanto acomodam-se nas cadeiras macias e no ar condicionado e à saída têm Mercedes, guarda-costas, Ajudantes de Campo e no fim do mês um salário gordo, mordomias…
Essa senhora Letícia Klemens, que de noite para o dia virou ministra dos Recursos Minerais e Energia, afinal o que faz? Quer dizer, é mais alguém, do vosso circulo de amizade, que foi chamado para sugar da vaca leiteira?
Os camaradas é que não pagam a factura da luz. Aliás, os camaradas nem se preocupam em pagar nada. Tudo sacam do bolso do povo. Amontoam riquezas graças a este povo imbecilizado. Até adivinho qual vai ser a finalidade disto. Leve o tempo que for mas um dia….
A pátria está fornicada. E conhecemos os seus abusadores!!!!”
Nini Satar