O Escritório das Nações Unidas para a Droga e Crime Organizado (UNODC) em Moçambique alertou recentemente para o crescimento de um mercado lusófono de tráfico ilícito. “Nós estamos a ver como os cartéis brasileiros já estão a traficar com grupos organizados moçambicanos, assim como com outros países de expressão portuguesa”, declarou o representante do UNODC, António De Vivo, em entrevista à Lusa em Maputo.
Segundo o responsável, as ligações entre grupos que se dedicam ao tráfico de drogas começaram a ser registadas nos últimos anos, apontando, a título de exemplo, a detenção em Moçambique, em 2020, de Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como “Fuminho”, um dos traficantes de droga mais procurados pelas autoridades brasileiras, além de várias apreensões de drogas provenientes do Brasil feitas pelas autoridades em Moçambique.
Moçambique permanece como um corredor para o tráfico
de drogas internacional, o que eleva o risco de surgimento de novos mercados, diz De Vivo. A localização geográfica de Moçambique, na chamada “rota do Sul”, e a guerra contra o terrorismo no norte deixa o país mais vulnerável, observou ainda o responsável. (Lusa)