O Comitê de Política Monetária (CPMO) do Banco de Moçambique decidiu reduzir a taxa de juro de política monetária, a taxa MIMO, de 16,50% para 15,75%. Esta decisão é sustentada pela consolidação das perspectivas de inflação em um dígito, no médio prazo, num contexto em que a avaliação de riscos e incertezas associados às projecções continua favorável.
As perspectivas de inflação mantêm-se em um dígito no médio prazo. Em fevereiro de 2024, a inflação anual fixou-se em 4,0%, após 4,2% em janeiro. A inflação subjacente, que exclui as frutas e vegetais e bens com preços administrados, também desacelerou. Para o médio prazo, mantêm-se as perspectivas de uma inflação em um dígito, reflectindo, sobretudo, a estabilidade do Metical e o impacto das medidas tomadas pelo CPMO.
Para o médio prazo, excluindo o gás natural liquefeito (GNL), perspectiva-se a manutenção de um crescimento económico moderado. No quarto trimestre de 2023, estima-se que, excluindo o GNL, o produto interno bruto (PIB) tenha crescido 3,6% depois de 3,3% no trimestre anterior. Quando o GNL, o PIB cresceu 5,4%. No médio prazo, antevê-se que a actividade económica, excluindo a produção do GNL, continue a recuperar, não obstante as incertezas quanto aos impactos dos choques climáticos na produção agrícola e infraestruturas diversas.
A pressão sobre o endividamento público interno mantém-se elevada. O endividamento público interno, excluindo os contratos de mútuo e de locação e as responsabilidades em mora, situa-se em 344,0 mil milhões de meticais, o que representa um aumento de 31,7 mil milhões em relação a dezembro de 2023.
A avaliação dos riscos e incertezas associados às projecções da inflação mantém-se favorável. Destacam-se como possíveis factores de contenção da inflação, no médio prazo, o esforço da consolidação fiscal e o impacto menosgravoso dos conflitos geopolíticos sobre a cadeia logística e sobre os preços das mercadorias no mercado internacional.
O CPMO continuará com o processo de normalização da taxa MIMO no médio prazo. No entanto, o ritmo e a magnitude continuarão a depender das perspectivas da inflação, bem como da avaliação dos riscos e incertezas subjacentes às projecções do médio prazo.
De referir que a próxima reunião ordinária do CPMO está agendada para o dia 29 de maio de 2024. (IMN)