Moçambique é o único país africano de língua portuguesa que poderá ter um crescimento económico positivo este ano. Segundo o FMI, a estimativa é de 1.4 por cento. Porém, a instituição espera que os países da África Subsaariana no geral registem uma contração económica na ordem de 3.2 por cento.
Dez semanas após apresentar as perspectivas para a África Subsaariana no contexto da COVID-19, o Fundo Monetário Internacional (FMI) espera agora uma contração económica de 3.2% na região este ano, ou seja, o dobro da previsão de Abril, equivalente a uma quebra de 7% face às previsões de feita antes da pandemia.
“Para a região como um todo, prevemos uma recessão nas receitas de cerca de 3.2 por cento. Agora, porque a população tenderá a crescer anualmente, então, impacto per capta, ou seja, por indivíduo vai corresponder a uma queda de rendimentos na ordem de 5.2 por cento, o que é um golpe duro para os padrões de vida e para o bem-estar da população. Gostava de frisar que essa é uma cifra que vai variar de pessoa para pessoa, dependendo das circunstâncias em que vivem e se conseguirem manter os seus empregos”, explicou o director do departamento africano do FMI.
Já entre os Países Africanos da Língua Portuguesa, Moçambique é o único que vai registar um crescimento económico positivo este ano, apesar dos efeitos do novo coronavírus. Em 2021, o crescimento do país poderá atingir 4.2 por cento.
Angola poderá registar uma contração económica de 4 por cento, Cabo Verde uma recessão de 5.5% e Guiné-Bissau uma queda da economia de 1.9 por cento. Estas estimativas constam no mais recente relatório do FMI sobre as “Previsões Económicas para a África Subsaariana”, divulgado na segunda-feira.
De acordo com o FMI, este ano, os países africanos vão precisar de um financiamento de 102 mil milhões de dólares e a instituição financeira internacional, está com um défice de cerca de 44 mil milhões.
Logo que a pandemia da COVID-19 ficar controlada, o FMI diz que vai fazer uma análise sobre a sustentabilidade da dívida dos países africanos, muitos deles que estão a beneficiar de financiamentos, embora naveguem na insustentabilidade.