O Governador do Banco de Moçambique, Rogério Zandamela, anunciou o fim da crise e disse que a política monetária está a ser conduzida com normalidade. “Já não estamos a gerir a crise“, disse.
Zandamela disse que foi nos meses de Março e Abril que o Banco de Moçambique deixou de gerir “aquela situação de emergência”.
As razões de fundo para o anúncio do fim da crise têm que ver com o ajustamento de alguns indicadores macroeconómicos, como a inflação (nível geral de preços), que vem conhecendo relativa desaceleração nos últimos meses; recuperação do metical em relação ao dólar e ao rand (moeda sul-africana); e principalmente o aumento das reservas internacionais líquidas (moeda externa, sobretudo o dólar, disponível para as despesas com o exterior).
Só nas últimas duas semanas, o Banco de Moçambique encaixou 100 milhões de dólares para as reservas internacionais e, de Janeiro a Maio, comprou das instituições de crédito mais de 600 milhões de dólares, o que permitiu totalizar mais de 2 342 milhões de dólares, montante capaz de cobrir mais de seis meses de importações de produtos e serviços não factoriais.
Em relação à inflação, Moçambique viveu um dos maiores picos no ano passado (25.27%). Ainda hoje continua elevada, mas a meta até ao fim deste ano é que se mantenha em torno dos 14%. Até aqui, o Instituto Nacional de Estatística (INE) reporta a redução de preços de vários produtos, incluindo alimentos.
Dados do INE indicam que a inflação acumulada de Moçambique até Maio manteve a trajectória de desaceleração, situando-se em 5,09%, contra 7,90% em igual período de 2016, resultando numa inflação anual de 20,45%. O Banco de Moçambique diz que, para a desaceleração da inflação, contribuíram factores como apreciação do metical, redução do preço dos combustíveis e redução dos preços de produtos alimentares na África do Sul.