Dias depois de Ragendra de Sousa, vice-ministro da Indústria e Comércio, ter dito que a população deve recorrer a batata-doce e mandioca como alternativas ao pão, cujo preço tende a subir, “O País” foi à rua para perceber a praticidade desse discurso no contexto urbano. Ora, nos centros urbanos, a batata-doce e a mandioca, apontadas pelo vice-ministro, estão muito acima do preço do pão, tal como testemunhámos nos mercados. “Esta batata-doce vendemos a 20, 30 até 100 meticais. As pessoas não compram”, disse uma vendedeira do mercado Fajardo. Fizemos o mesmo teste com a mandioca e os preços não divergiram.
Feitas as contas, batata-doce ou mandioca de 30 meticais alimenta um agregado de três pessoas. Com o mesmo valor, pode comprar-se quatro pães, ao preço de seis meticais cada, e alimentar uma família de cinco pessoas. Isto quer dizer que, apesar do aumento do preço, ainda vale a pena comprar pão.
Elisa Sambo é exemplo disso. “Preferimos pão, porque, com 35 meticais, posso comprar cinco pães, o que é suficiente para o meu agregado familiar. Com o mesmo valor, não posso comprar batata-doce ou mandioca que baste. Para poder alimentar todos os membros da família, teria que despender 50 a 70 meticais”, disse Elisa, para depois acrescentar que “batata-doce não posso acompanhar com mais nada não senão o chá, por isso que muitos de nós em casa não gostamos. Já a mandioca compramos de vez em quando”, concluiu.
Mesmo pensamento é partilhado por Inês Inguane, do bairro da Maxaquene. “A mandioca e a batata-doce estão caras no mercado, por isso, preferimos comprar pão, que é mais barato”, disse Inês Inguane.
Refira-se que o subsídio para a manutenção do preço do pão terminou ontem.
O País