O sector privado diz que o Banco de Moçambique deve reavaliar a taxa de reservas obrigatórias, fixada, agora, em quase 40%. É que, segundo os empresários, a situação, aliada à suposta escassez de divisas, pode comprometer o crescimento económico do país previsto para este ano.
Na voz de Rogério Zandamela, o Banco de Moçambique anunciou, na segunda-feira, a redução da taxa MIMO, para 13,50%. A CTA diz que até aí está tudo bem, mas o cenário muda quando o assunto são reservas obrigatórias, com uma taxa de 39% em moeda nacional e 39,5% para a estrangeira.
“O Banco de Moçambique não devia manter uma taxa de reserva obrigatória tão elevada, cerca de 39,5%. É de salientar que é uma das mais elevadas do mundo. Do lado da retirada do apoio que o Banco de Moçambique oferecia ao mercado, para suportar as facturas dos combustíveis, é racional a medida, assumindo os fundamentos básicos do funcionamento do mercado. Entretanto, o racional por trás da sua intervenção estava imbuído no papel do Banco de Moçambique como prestador de última instância”, disse o representante do CTA, Zuneid Calumias, vice-presidente do CTA.
Assim sendo, os empresários propõem que o regulador reavalie a quantidade de dinheiro que os bancos comerciais devem reservar no banco central, sob risco de comprometer o crescimento da economia nacional previsto para este ano.
“Os sectores mais afectados são indústrias transformadoras. Acumularam necessidades de divisas não satisfeitas em cerca de 56 milhões de dólares. De salientar que algumas companhias aéreas tencionam restringir as contas para as vendas de passagens aéreas, tendo em conta que os agentes não têm como repatriar as divisas para o pagamento desses serviços. Com isso, a indústria transformadora registou um crescimento negligenciável de 2,9%. A continuar assim, poderá comprometer a sua contribuição para se atingir a meta de crescimento económico”, acrescentou.
O Banco de Moçambique já tinha reconhecido que a disponibilidade de divisas não é uniforme, por isso as empresas devem ter contas em vários bancos comerciais para evitar situações de falta de fundos cambiais.
Até finais deste ano, o Banco de Moçambique perspectiva um crescimento modesto da economia nacional.