Israel considerou [ontem] que a possibilidade de a Palestina se tornar um Estado-membro da ONU e não um mero observador, como acontece atualmente, é “uma violação flagrante da Carta das Nações Unidas” e que “perpetua o conflito”.
O embaixador israelita junto da ONU, Guilad Erdan, afirmou que o seu país assinou acordos de paz com o Egito, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Marrocos “através do diálogo e das negociações e não por se sentir forçado por terceiros”.
“Não há nada que perpetue mais o conflito do que um lado acreditar que pode forçar as suas exigências ao outro lado através de um terceiro ator, que é a ONU, e é exatamente isso que as Nações Unidas estão a fazer, garantindo aos palestinianos um Estado: perpetuar o conflito”, disse o representante israelita, cujo país sempre recusou admitir a possibilidade de um Estado palestiniano.
“Este é o momento mais baixo da ONU, um momento de vergonha, desgraça e falência moral”, sublinhou.
O reconhecimento da Palestina como um Estado de pleno direito parece ser suscetível de receber a oposição de Washington, que tem poder de veto sobre as resoluções do Conselho de Segurança da ONU, uma vez que é um dos cinco membros permanentes do órgão.
[Ontem], o embaixador adjunto norte-americano nas Nações Unidas, Robert Wood,disse aos jornalistas que a posição dos Estados Unidos não se alterou e que o reconhecimento total da Palestina é algo que deve ser negociado bilateralmente entre Israel e os palestinianos, e não na ONU.
Pouco depois, referindo-se à política bilateral mais alargada, Erdan foi elogioso para com Washington. “Estamos gratos por tudo o que a administração dos Estados Unidos tem feito, que é apoiar a paz e a segurança na região”, sublinhou.
Fonte: Lusa