Generais da RENAMO em Moçambique chamaram a imprensa nesta quarta-feira para criticar alguns membros que não apoiam o presidente do partido, Ossufo Momade.
Os generais da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) entendem que Ossufo Momade está a ter um “bom desempenho” como líder do maior partido da oposição, destacando algumas vitórias nas autárquicas de 2023 e o sucesso do processo de desmilitarização, desmobilização e reintegração, DDR. Referem que os que se opõem a sua liderança não estão a traduzir a linha política do partido e nem a visão do seu líder.
Um dos acusados é o general Thimosse Maquinze, muito crítico a Ossufo Momade, que há seis dias chegou mesmo a afirmar que ninguém o quer na liderança do partido: “nenhum desmobilizado quer Ossufo – nem população, nem os membros”, afirmou. “Se Ossufo continuar na liderança a RENAMO vai perder e muito. Os votos que vai arrecadar vão colocar esse partido em terceiro lugar e MDM número dois”, acrescentou.
“Merece ser presidente”
Entretanto, em nome dos generais da RENAMO, Arlindo Maquival explicou que Ossufo Momade merece ser presidente do partido pelos feitos conquistados desde a sua eleição em 2019.
“O DDR é uma conquista, apesar das dificuldades que têm existido e é fruto do empenho do presidente Ossufo Momade. A vitória nas eleições autárquicas de 2023, com a conquista de 22 municípios, é uma prova inequívoca da boa liderança do general Ossufo Momade”, explicou.
Maquival refere ainda que o general Thimosse Maquinze tem estado a receber apoio do líder da RENAMO para cuidar do seu problema de saúde, bem como um subsidio mensal do partido. “Por isso nós os generais perguntamos a ele qual é o apoio que o nosso general Ossufo Momade deve dar tomando em conta que a RENAMO tem muitos combatentes e nem todos beneficiam de uma assistência igual.”
Agitação e intrigas
Os generais acusam Thimosse Maquinze de estar a cumprir agendas estranhas ao partido para promover agitação e intrigas dentro do partido. “Convidamos a família RENAMO a estar focada na preparação da sessão do Conselho Nacional, do congresso e das eleições de 9 de outubro”, disse Maquival.
“As falsas declarações do general Maquinze encarnam sentimentos de intriga, tribalismo e servilismo à agenda contraria da RENAMO o que contraria os ideiais de André Matsangaissa e Afonso Dlhakama”, acrescentou.
A RENAMO realiza o seu congresso nos dias 15 e 16 de maio, num entendimento que teve que passar pelos tribunais. É que algumas vozes do partido reivindicavam a marcação do congresso para eleger um novo líder, e entendiam que Ossufo Momade pretendia permanecer na liderança ilegalmente. (DW)