Julgamento por alegada “difamação e calúnia”: Manuel de Araújo diz que “um dos queixosos está falido e quer se aproveitar dele e a professora da UCM […]”

Decorreu ontem (27.03) na Cidade de Quelimane, capital provincial da Zambézia, o arranque do julgamento de Manuel de Araújo, Presidente do Município, acusado por duas figuras que durante o calor das eleições autárquicas foram apontados pelos munícipes como tendo um papel crucial na manobra fraudulenta protagonizada por pessoas ligadas ao Partido Frelimo na Zambézia.

Trata-se de Telma Taula, docente da Universidade Católica de Moçambique (UCM) e Zacarias Inácio Muheia, Presidente da Comissão Distrital de Eleições (CDE) de Quelimane. Os dois queixosos acusam Manuel de Araújo, de ter os difamado e caluniado durante as eleições autárquicas de 2023.

Ávidos das suas acusações, o Presidente da CDE de Quelimane pede de indemnização 250 mil meticais e a professora da UCM exige 200 mil meticais. Entretanto, o Ministério Público, dono da acção penal, analisando o “caos que é o processo” pediu ao Colectivo de Juízes do Tribunal Judicial do Distrito de Quelimane (TJDQ) a absolvição de Manuel de Araújo por falta de provas dos crimes atribuídos a si.

Reagindo ao processo, assim que a primeira sessão de julgamento terminou Manuel de Araújo disse que “não posso entrar em pormenor sobre as matérias de facto, porque hoje tivemos o julgamento e já tem datas para a leitura das sentenças (uma no dia 03 de abril e a outra no dia 05 de abril, pelas 09 Horas) […] eu acho que o Presidente da CDE, ele deve andar meio falido e precisa de um apoio financeiro. Nesses casos, eu peço que as pessoas peçam. Pedir não é mau, quando você precisa de dinheiro não arranja desculpas para vir ao Tribunal, pedir indemnização de 250 mil meticais. Eu não sei, se ele na vida dele já viu na conta dele, 250 mil meticais.”

“Quanto a minha colega na UCM, eu sinto muita pena dela, porque foi instrumentalizada, a pessoa que lhe aconselhou a levantar um processo contra mim, eu acho que esta pessoa quer prejudicar ela própria.  Atribuir algo que eu não fiz, e não consegue provar em Tribunal que a página pertencia a mim (…) entre duas ou uma, eu não sei se é a professora Telma ou a Lucinda que gosta de mim, mas entre elas, uma gosta de mim e queria me ver hoje aqui no Tribunal (…)”, ironizou Manuel de Araújo.

No entanto, entende De Araújo que não havia caso para chegarem até ao Tribunal, uma vez que o próprio Ministério Público recomendou a sua absolvição, mas vai esperar pelos dias das sentenças, onde o Juiz terá a oportunidade de fazer justiça. De acordo com Manuel de Araújo que estava a ser julgado não é ele, mas sim o Tribunal Distrital da Cidade de Quelimane.

“Se o próprio MP aconselha o Juiz a absolver-me nos dois casos, o que eu podia esperar? Se houver justiça, mas como estamos em Moçambique, as vezes os Tribunais fazem algo que nós sabemos quem é o dono […] mas não vamos julgar, porque se a PGR que aquela que me acusou e que deve a aconselhar o Juiz qual é a direcção a tomar, e ela própria abstêm-se de acusar, mas a lei é assim, o tribunal que faz a sentença, então vamos esperar, se este Tribunal faz justiça ou se este Tribunal recebe recados da Frelimo, nesse dia nós vamos tirar esta conclusão (…)”, indagou De Araújo. (INTEGRITY)

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