O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, expulsou esta segunda-feira a embaixadora da União Europeia (UE) no país. Nicolás Maduro deu três dias para que a portuguesa Isabel Brilhante Pedrosa abandonasse o território, horas depois de a União Europeia ter sancionado 11 funcionários do Governo e de vários poderes públicos de Caracas.
Os sancionados são acusados de “actuar contra o funcionamento democrático da Assembleia Nacional (parlamento) e de violar a imunidade parlamentar” dos deputados, inclusive do líder opositor e presidente daquele órgão, Juan Guaidó.
Os 11 sancionados estão proibidos de entrar na União Europeia e os seus bens foram arrestados. Foram sancionados os deputados Luís Parra, Franklyn Duarte e José Gregório Noriega. Na lista estão também os procuradores Farik Mora e Dinorah Bustamante, o diretor da Comissão Nacional de Telecomunicações, Jorge Márquez, o juiz do Supremo Tribunal de Justiça Juan José Mendoza, o auditor das despesas públicas Elvis Amoro, os membros da Assembleia Constituinte (maioritariamente composta por simpatizantes do governo) Tânia Díaz e Cladys Requena, e o secretário-geral do Conselho de Defesa da Nação, José Adelino Ornelas Ferreira.
A UE considerou ilegal a votação que levou à eleição de Luis Parra como presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, onde a oposição a Maduro é maioritária.
“A suposta eleição de Luis Parra não foi legítima porque não respeitava os procedimentos legais e os princípios constitucionais democráticos”, afirmou a UE.
“Os últimos desenvolvimentos agravaram ainda mais a contínua crise institucional e política na Venezuela e reduziram o espaço democrático e constitucional no país”, acrescentou a UE, citada pela agência noticiosa AFP.
Numa intervenção televisiva, o Presidente venezuelano questionou quem a União Europeia pensa que é para sancionar, para se tentar impor com a ameaça. “Basta!”, exclamou.
“Caracas tem 72 horas para deixar o nosso país e exigir respeito da EU”, disse Nicolás Maduro.
Isabel Brilhante Pedrosa exercia as funções de embaixadora da União Europeia na Venezuela desde Fevereiro de 2018.
A entrega das cartas de acreditação da embaixadora teve lugar numa cerimónia, no palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, transmitida pela televisão estatal venezuelana.