Jaime Basílio Monteiro, ministro do Interior moçambicano, declarou este sábado que 2 alegados colaboradores do grupo armado que tem vindo a efectuar ataques contra civis, destruição e incêndio de habitações, causando já diversos mortos no norte do país, na província de Cabo Delgado, foram detidos na aldeia de Naunde, distrito de Macomia.
Segundo Monteiro, os membros do grupo armado denominado localmente por “Al-Shabab”, são “filhos de Macomia que devem ser denunciados e responsabilizados”.
Os dois alegados membros do grupo armado terão sido denunciados, de acordo com o ministro do Interior, pela população local.
Nesse sentido, Jaime Basílio Monteiro acrescentou que: “O facto de chegarem numa zona e chamarem as vítimas pelos nomes demonstra que são nossos filhos, daí que devemos denunciá-los. Temos conhecimento que o grupo é composto por 7 a 8 pessoas, razão por que vamos nos unir para apanhá-los e responsabilizá-los”.
De acordo com o ministro do Interior, a população local terá informado que o grupo armado proibia a ida das crianças à escola, devendo estas estudarem em mesquitas designadas pelo grupo; que a população não devia pagar impostos, nem obedecer ao governo moçambicano.
Na noite de sexta para sábado, foram detidos mais 3 alegados membros do grupo armado, 2 na ilha de Ibo e 1 em Ulubi, distrito de Palma.
Refira-se que, na sexta-feira passada, foi instalado um comando operacional das Forças de Defesa e Segurança (FDS) nos distritos de Quissanga e Macomia, na província de Cabo Delgado, com o objectivo de “travar as acções de grupos armados que desestabilizam” as regiões em causa.
O comando operacional de Macomia e Quissanga está em funcionamento desde as 00h00 de sábado. Em declarações à Rádio de Moçambique, o ministro do interior declarou que: “A nossa presença como Força de Defesa e Segurança é precisamente esta. Persegui-los até a exaustão, encontra-los e tornar Mucujo, Quiterajo, Quissanga e qualquer ponto da província de Cabo Delgado livre da acção criminosa desses malfeitores”.
Segundo fontes locais, a deslocação das populações que foram alvo de ataques por parte do grupo armado ainda se verifica.