dívidas ocultas A Procuradoria-Geral da República divulgou, a poucos minutos, o resumo do relatório das dívidas não declaradas apontando falhas na gestão, informações

CIP descobre mais duas “dívidas ocultas” do Governo moçambicano

Centro de Integridade Pública divulga documento com mais dois empréstimos em 2015 e 2016 na China.

Adriano Nuvunga, director do CIP

O Centro de Integridade Pública (CIP) de Moçambique diz que o Governo contraiu novos empréstimos em 2015 e 2016 sem o conhecimento do Parlamento como estipula a lei do país.

Aquela organização não governamental que monitora a transparência da gestão pública em Moçambique revela que o Executivo contraiu uma dívida no EximBank da China no valor de 4,4 mil milhões de meticais (cerca de 65 milhões de dólares) a favor da Administração Nacional de Estradas (ANE) e de 3,1 mil milhões de meticais (47 milhões de dólares) para o Porto de Pesca da Beira, junto do EximBank, da China.

“Como em anos anteriores, as cifras orçamentais realizadas na CGE diferem das do REO. É natural que haja algumas divergências nos documentos, uma vez que a CGE apresenta uma análise mais consolidada das contas públicas”, diz o CIP num documento intitulado “Governo continua a contrair empréstimos sem nenhuma transparência”, publicado na sua página na internet.

A análise feita pelos especialistas da organização diz que às vezes, as diferenças são bastante significativas, “o que impede análises com qualidade e fidelidade necessárias sobre as contas públicas”.

A CIP revela que na Conta Geral do Estado (CGE) figuram 220,6 mil milhões de meticais de despesas (3,6 mil milhões de dólares) e no Relatório de Execução Orçamental (REO) estão 209,9 mil milhões de meticais de despesas (3,3 mil milhões de dólares), discrepância que “traduz um aumento de 8,6% nas despesas a nível central na CGE de 2016 comparado com o REO 2016”.

“A categoria que mais influenciou este aumento foi a de Operações Financeiras Activas, em especial Empréstimos de Retrocessão”, adianta o documento do CIP, que reitera que “os escândalos sobre as “dívidas ocultas” não serviram de travão contra más práticas na gestão de finanças públicas.

Recorde-se que o Fundo Monetário Internacional, o Bando Mundial e muitos países suspenderam a sua ajuda financeira a Moçambique depois de, em Abril de 2016, se ter descoberto que o Governo do então presidente Armando Guebuza tinha feito empréstimos “ocultos” e sem a aprovação do Parlamento num montante de aproximadamente dois mil milhões de dólares.

O FMI pediu uma auditoria às contas que foi concluída recentemente, mas cujo conteúdo na sua íntegra não foi ainda revelado pelo Governo moçambicano.

O documento, no entanto, confirma as dívidas e cita os envolvidos nas operações, além de descobrir mais 500 milhões de dólares cujo destino é desconhecido.

Fonte: VOA

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