Apesar de o país estar a avançar para uma transmissão comunitária e com duas cidades já declaradas estando nesse padrão (Nampula e Pemba), o sector da educação prepara-se para a retomada de aulas em ensino presencial. Esta segunda-feira, a porta-voz do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Gina Guibunda, afirmou que o sector está a preparar-se para retomar as aulas, apesar de não haver clareza de datas para tal.
“Não temos a data específica para o retorno às aulas, mas se a Covid-19 encontrou-nos de surpresa, a volta à escola não nos deverá pegar desprevenidos. É por esta razão que emitimos instruções para os órgãos locais, para os governos provinciais, entre outras entidades, no sentido de apoiarem o MINEDH na dinamização de medidas que concorrem para a criação de condições, como alocação de água, sabão, desinfectante, para quando se decretar o fim da pandemia e também disserem que já há condições de regressar às aulas não sejamos encontrados de surpresa”, afirmou a fonte.
Na sua interacção com a imprensa, Gina Guibunda não avançou as datas para a retoma das aulas, afirmando que a definição de datas dependerá do anúncio do fim ou levantamento das restrições pelo Presidente da República, porém, garantiu que o ano lectivo ainda não está perdido.
“O que o sector da educação tem estado a fazer é preparar as condições nas escolas e a todos os níveis para que não sejam encontrados em contrapé, tendo em conta que já passa muito tempo de interrupção de aulas e cada dia é mais uma perda, mas, mesmo assim, o ano lectivo 2020 ainda não se pode considerar perdido”, explicou a fonte.
De modo a garantir o cumprimento do calendário lectivo, Guibunda avançou que o sector poderá prolongar as aulas até ao mês de Dezembro ou mesmo o mês de Janeiro de 2021, por essa razão, pede a colaboração dos pais e encarregados de educação para que o ano lectivo 2020 tenha sucesso.
“É necessário que as pessoas percebam que, anualmente, o sector da educação tem estado a receber cerca de 1.500.000 crianças para o sistema e, se no próximo ano entrar este número de crianças para 1ª classe, significa que estas crianças vão ter de encontrar um espaço e, para que isso se efective, alguém tem de sair”, disse Guibunda.
“Nós sabemos as consequências do que significa dizer que o ano está perdido. Então, para nós, o ano ainda não está perdido. Ainda continuamos a trabalhar no sentido de organizarmos as nossas escolas. Neste momento, já fizemos o reajuste dos conteúdos, já fizemos o reajuste do calendário que vai sofrendo alterações à medida que o Presidente da República anuncia a prorrogação do Estado de Emergência”, disse.
Apesar de não haver datas para o regresso às aulas, o plano do MINEDH é retomá-las de forma gradual, podendo começar com as classes com exame e ministrando as disciplinas nucleares.
(Marta Afonso)