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António Guterres será empossado amanhã

O antigo primeiro-ministro português, António Guterres, vai tomar posse na segunda-feira como secretário-geral da ONU num cenário de incertezas e ansiedades na comunidade internacional em torno do papel dos Estados Unidos sob a presidência de Trump.

O secretário-geral da ONU tem como interlocutor fulcral o Conselho de Segurança, dominado pelos cinco membros permanentes – China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia – que têm direito de veto e cujas posições refletem as oscilações da geopolítica global, tornada acrescidamente incerta pelo imponderável da futura presidência norte-americana.

Guterres, 67 anos, irá tomar posse perante a assembleia-geral dos 193 países membros da ONU fazendo um juramento sobre a Carta das Nações Unidas, numa cerimónia em que Portugal estará representado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e pelo primeiro-ministro, António Costa.

No discurso inaugural após a tomada de posse, o novo secretário-geral da ONU deverá traçar as linhas mestras do seu “programa de governo”, desde a resposta às crises globais até ao muito aguardado e muito adiado processo de reforma da pesada maquinaria institucional da organização de 71 anos.

O ex-alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados já colocou o alcançar um fim para o conflito na Síria como tarefa prioritária para o início do mandato como secretário-geral e segundo fontes diplomáticas na ONU já manifestou empenho em desenhar um plano de ação que permita alcançar uma solução política para a guerra que devasta a Síria há cinco anos e que acrescenta volatilidade a uma região de notória instabilidade.

Analistas consideram, no entanto, que a eleição de Donald Trump – que anunciou como trave-mestra da sua política externa o reforço dos interesses de Washington, ao contrário da tendência multilateralista do atual Presidente, Barack Obama – irá complicar e dificultar a ação do novo secretário-geral da ONU.

António Guterres, “inspirou uma vaga de boa-vontade diplomática durante o processo de seleção do secretário-geral e parecia ter conseguido garantir uma transição serena, mas no cenário atual terá dificuldade em propor reformas institucionais ou iniciativas políticas significativas até que a nova administração norte-americana entre em velocidade de cruzeiro”, considerou, citado por agências internacionais, Richard Gowan, especialista em assuntos da ONU no Conselho Europeu de Relações Externas.

Os Estados Unidos são o principal contribuinte para as finanças da ONU, garantindo cerca de 22% do orçamento de despesas correntes da organização e cerca de 28% dos cerca de oito mil milhões de dólares (7,55 mil milhões de euros) anuais gastos pela missões de manutenção ode paz das Nações Unidas.

Fonte: Folha de Maputo

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