A degradação de estradas está a criar constrangimentos no processo de escoamento de produtos agrícolas para o mercado de Quelimane e no país. O governador da província reconhece que os mais de 5 mil quilómetros de estrada da província estão em um estado precário.
Os problemas estão por quase toda a parte e por cerca de 125 quilómetros, que liga o distrito de Gurué a Estrada Nacional Número 1 (EN1) está entre os vários péssimos exemplos. E os problemas são igualmente críticos no traçado que liga o distrito de Ile, zonas consideradas celeiros de produtos agrícolas da província.
O processo de escoamento é feito com muitas dificuldades, tal como reclama Mariano Araújo, condutor de longo curso, que faz transporte de feijão boer no trajecto Gurué a cidade da Beira.
Mariano diz que o seu temor é que a época chuvosa se aproxima e a situação poderá ficar mais complicada. “Eu peço a manutenção mais urgente possível porque praticamente a época chuvosa vai chegar”, disse.
Abu Sicola, também condutor, faz o mesmo apelo, em relação à estrada do Ilê. “Há muitos problemas e nós como transportadores estamos a passar mal, peço que melhorem a nossa estrada porque estamos numa zona muito produtiva”, reforçou.
Porém, o distrito de Alto MOLOCUÉ é dos que mais sofre em termos de degradação de estradas com 1.525,5 quilómetros de rede viária, recebe anualmente apenas 2 milhões de meticais para reabilitação, valor muito aquém das necessidades reais.
“Temos maior parte da nossa extensão da rede viária, estradas não classificadas de terraplanadas e de lá onde sai a nossa produção. E, está a escoar a produção todos os dias nessas condições degradadas que ainda estão a ser transitáveis e estão a sair volumes de toneladas de cereais e produtos diversos para a comercialização., reconheceu Anita Mesa, administradora de Alto-Molocue.
Sobre vias de acesso, o primeiro secretário do partido Frelimo, partido que dirige a província da Zambézia, trabalhou em Gurué, Ile e Mulevala. Momade Juízo falou sobre o estado das vias e impactos no processo de escoamento quando dialogou com membros do seu partido.
“Sabemos que é preciso de vias de acesso em condições para permitir produção e estamos com muitas ações por realizar”, apelou Momade Juízo.
Quem governa Zambézia é Pio Matos, quando se está no fim de mandato, a ele cabe justificar o actual estágio das estradas. Matos é categórico ao reconhecer haver dificuldades no processo de reabilitação das estradas.
“É a província com a maior rede viária e o que se tem feito não responde a ansiedade que a nossa população e o governo tem”, reconheceu.