Foi durante uma entrevista concedida à STV Notícias, no Programa Noite Informativa que foi ao ar na noite da última quinta-feira (28.03) que o deputado e candidato à presidência da RENAMO, Venâncio Mondlane revelou aquilo que apelidou do “Testamento de Afonso Dhlakama”.
Segundo Venâncio Mondlane as conversações com o falecido líder da RENAMO começaram em 2008, mas só em 2017 é que decidiu se juntar ao Partido. De acordo com Mondlane, uma das missões incumbidas a si por Afonso Dhlakama foi que liderasse a Frente Maputo, ou seja, que depois da revolução armada ocorrida ou coordenada a partir da Serra da Gorongosa, agora era a hora de abrir a Gorongosa II, a Cidade de Maputo, o epicentro da revolução intelectual, política, económica, social e cultural de Moçambique.
Para Mondlane este é o momento para que isto aconteça, uma vez que 80% da ala militar da RENAMO é que pediram para que concorra à presidência do Partido. O político explicou que a sua viagem à Nacala-Porto, Nampula e Cidade da Beira, onde esteve por várias horas sitiado, foi um teste de fogo, que segundo ele, acabou sendo admitido.
Venâncio Mondlane rebateu novamente às críticas que tem sido alvo por ter levado o Partido à barra da Justiça, afirmando que foi em respeito ao Artigo 70 da Constituição da República de Moçambique (CRM) que nos dá o Direito de recorrer aos Tribunais sempre que um direito nosso seja ferido ou violado.
Mondlane diz que promove à imagem do Partido de uma forma qualitativa e quantitativa. Entretanto, sobre a sua suposta autopromoção, entende ser uma percepção errada sobre a sua pessoa, uma vez que o que ele faz é mesmo dentro daquilo que aconteceu com todas as grandes figuras mundiais, começando por Jesus Cristo que também chegou a ser acusado de mesmas coisas.
Relativamente, à actual liderança da RENAMO, Mondlane dá nota negativa, porque segundo ele, em política “o que parece ser não é o que é”, e quase todo eleitorado dá nota negativa à actual liderança da RENAMO.
Rebatendo o suposto sucesso do DDR, o Político disse que foi um processo catastrófico, uma vez que o mesmo apresenta um conjunto de princípios abstratos. O subsídio dos beneficiários do DDR é muito baixo, uma vez que recebem valores monetários muito abaixo do sector de actividade com as remunerações mais baixas do Aparelho do Estado que é a Agricultura.
Para Mondlane, o DDR foi tratado como um assunto exclusivamente militar, não lhe permitindo ele como assessor de assuntos políticos e econômicos do Presidente Ossufo Momade pudesse intervir. Entretanto, caso vença, Ossufo Momade passará a ser Presidente Honorário do Partido, uma vez que é um património valioso do Partido.
Durante a entrevista, Venâncio Mondlane foi questionado sobre quem financiava as marchas da RENAMO na Cidade de Maputo, tendo dito que foram diferentes pessoas e dos próprios membros da RENAMO. “Em cada marcha precisávamos de 150 mil meticais, e em 40 dias gastou-se 6 milhões de meticais. Entretanto, este valor não vinha em espécie, mas sim em produtos doados por diferentes pessoas, inclusive membros de sete partidos que juntaram à nós, mas apesar de todas as contribuições, o maior activo para o sucesso das marchas foi o suor humano de pessoas ou jovens que nem são membros da RENAMO”, defendeu Mondlane. (INTEGRITY)
