O Comandante-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), Bernardino Rafael emitiu no passado dia 09 de maio do presente ano, uma instrução com o número 05/CGPRM/GCG/100/2024, onde afirma que “nos últimos dias, o Comando-Geral da PRM, tem constatado com maior preocupação, a ocorrência de crimes envolvendo membros da PRM, praticados com recurso a armas de fogo, com destaque a assaltos e raptos.”
“Assim sendo, com vista a assegurar uma análise aprofundada e abrangente sobre este fenómeno, instruo, os Ramos, Direcções do Comando-Geral da PRM, Comandos Provinciais, Estabelecimentos de Ensino Policiais e Unidades das Forças Especiais e de Reserva a realizar uma reflexão sobre as causas do envolvimento dos membros da PRM em actos criminais e apresentar recomendações para a solução do problema (…) prazo: 30 dias a contar a partir da data da recepção da presente instrução”, determinou Bernardino Rafael.
Entretanto, de fontes internas, “Integrity” apurou que os problemas que assistem nos últimos tempos na PRM é pelo facto do processo de selecção das últimas formações não ter sido transparente e embrenhado por muita corrupção e nepotismo. Além destes factores, a necessidade financeira vem abalando vários membros, uma vez que os salários já não obedecem os dias previstos e saem sempre que “boa-vontade das autoridades máximas da MINT, PRM e do Ministério das Finanças” ditar.
Aliado a estes factores, também se verifica na PRM, os caos financeiros trazidos pela Tabela Salarial Única (TSU) onde vários agentes passaram a não usufruírem dos seus ordenados devido aos cortes salariais que foram submetidos, havendo agentes que ganham mensalmente cerca de 150 meticais ou menos que isso. Assim como, “os olhos dos agentes cresceram devido as negociatas elevadas que acompanham dos seus superiores em várias áreas”, e conforme explicou uma fonte idónea para PRM, “o problema actual não será resolvido com instruções, mas sim com a mudança estrutural do sistema governamental e dos procedimentos funcionais do sector castrense que nos últimos 10 anos foi infestado de políticos e superiores sem histórico e muito menos capacidade técnica”. (Omardine Omar)