A antiga primeira-ministra, Luísa Diogo, diz que os ataques terroristas protagonizados em Cabo Delgado podem colocar em causa a integridade territorial, assim como a unidade nacional. Luísa Diogo defende, ainda, investimento na mulher e nos jovens para a consolidação da unidade nacional.
Luísa Diogo foi convidada pela Universidade Joaquim Chissano, antigo Instituto Superior de Relações Internacionais, para proferir a aula inaugural de abertura do ano lectivo 2024. Perante uma plateia repleta de estudantes, docentes e outros convidados, a antiga primeira-ministra falou sobre “subsídios para a consolidação da unidade nacional.”
Na sua alocução, Diogo, que também já foi ministra das Finanças, disse que Moçambique não existe sem a unidade nacional. “Quem fomenta a desunião em Moçambique está a fomentar a extinção de Moçambique como país, como povo. Então, Moçambique é unidade nacional. Sem unidade nacional, não existe Moçambique”, defendeu Diogo.
Luísa Diogo entende, também, que há desafios que podem colocar em causa este bem comum.
“São riscos que têm a ver, primeiro, com segurança e ordem públicas, têm a ver com a integridade territorial, que são os aspectos visíveis que podem ser postos em causa quando nós temos guerras e ataques. Isso faz estremecer a unidade nacional. Em segundo lugar, a maneira como nós pensamos. Precisamos de consolidar como nós pensamos, como moçambicanos e onde estivermos e sabermos quem somos.”
Para a antiga governante, a juventude e a mulher são essenciais para a consolidação da unidade nacional, porque, segundo o seu entendimento, se a mulher for deixada na periferia de desenvolvimento, a unidade nacional será frágil.
“Se nós abordarmos a mulher de uma determinada maneira, ela, sendo mais de 50% da população, se hoje abordamos de determinada maneira, deixando-a na periferia do desenvolvimento, então a nossa unidade nacional será precária, porque não investimos em mais de 50% da nossa população, independentemente do género”, considerou Diogo.
E, tendo sido candidata vencida nas eleições internas do partido Frelimo, em 2014, para candidato a Presidente da República, não perdemos a oportunidade para questionar se este ano voltará a candidatar-se. Diogo manteve-se no silêncio, dirigindo-se à sua viatura protocolar.
Para a Universidade Joaquim Chissano, a palestra atingiu os resultados que se esperavam, tal como fez questão de sublinhar o respectivo reitor, José Magode. (O País)