O governo da Bolívia anunciou que o ano letivo de 2020 está oficialmente encerrado. A decisão acontece por causa da pandemia do novo coronavírus que assola o país. Com a medida, todos os alunos foram aprovados automaticamente.
A decisão foi tomada levando em consideração a situação dos estudantes das zonas rurais do país. É que a maioria deles não conseguia ter acesso aos materiais disponibilizados de maneira virtual pelos professores.
Durante um tempo, o governo boliviano até tentou adiar as aulas ao máximo. Mas com o número crescente de casos e de mortes pela Covid-19 em solo nacional, as autoridades decidiram pelo encerramento definitivo do ano letivo.
O cancelamento era um pedido recorrente de boa parte dos professores do país nas redes sociais. O ano letivo na Bolívia segue uma lógica parecida com a brasileira.
“A grande maioria da área rural não conta com Internet, as crianças não têm Internet. A fibra óptica somente chega às cidades. Ou seja, não há condições”, disse Yerko Núñez, que é ministro da presidência golpista da Bolívia.
“Por isso achamos conveniente encerrar o ano escolar”, completou Yerko Núñez, na entrevista coletiva que foi ao ar no domingo (2). De acordo com os dados oficiais do governo, estima-se que cerca de 40% dos bolivianos vivam em áreas rurais. Ou seja, em locais sem cobertura da internet.
O ex-presidente boliviano Evo Morales criticou a decisão da presidência do país. “Somente em ditaduras se encerrava o ano escolar”, disse ele. “(O governo faz isso) por sua incapacidade e para impedir uma mobilização do magistério”, declarou Morales.