BALANÇO INTERPAÍSES MOSTRA QUE OS LÍDERES QUE IMPUSERAM RESTRIÇÕES
TÊM MENOS INFECÇÕES E MORTES PELO COVID19 QUE OS QUE NADA FIZERAM
Por Gustavo Mavie
Avaliações de peritos estão a provar que os países cujos presidentes optaram por impor restrições para evitar a propagação e contágio massivo do coronavirus que causa a doença do Covid19, como foi o caso do estadista moçambicano Filipe Nyusi, deixam mais do que claro que agiram muito bem, porque agora está mais do que evidente que os que preferiram salvar as suas economias, não impondo nenhumas limitações às vontades e liberdades dos seus povos, estão registando infecções e mortes massivas.
Um dos países que é apontado como prova de que não ter imposto nenhuma restrição aos seus cidadãos foi uma opção errada que está a resultar em muitas infecções e mortes é a Suécia, que preferiu deixar os seus cidadãos levarem uma vida normal, incluindo não terem seguido a orientação da OMS do distanciamento social ou físico como se queira.
O que mostra que foi uma opção errada é que os países vizinhos da Suécia que impuseram restrições e mesmo o lockdown ou bloqueio – mais concretamente a Dinamarca e Noruega, que impôs bloqueios muito mais difíceis no início da pandemia – estão com infecções e mortes muito baixas.
A Suécia contabilizou já 4.468 mortes e 38.589 infecções para uma população de 10 milhões, enquanto a Dinamarca, a Noruega e a Finlândia impuseram bloqueios e observaram taxas muito mais baixas. A Dinamarca sofreu 580 mortes, a Noruega teve 237 mortes e a Finlândia 320.
Outros países cujos líderes fizeram ouvidos de mercador às instruções dos seus peritos em saúde pública e da própria OMS são os EUA e o Brasil que agora estão também a registar infecções e mortes em massa. Até ao dia 1 deste mês de Junho, os Estados Unidos registaram 104.396 mortes e 1.787.680 infectados segundo a plataforma Our World in Data, vinculada à Universidade de Oxford, na Inglaterra. Quanto ao Brasil onde também o seu Presidente não fez nada para limitar as vontades das pessoas, registou um total de 29.937 pessoas que já perderam suas vidas por terem sido contaminadas com o Coronavírus
Os dados agora em analise sobre estes países são como que uma absolvição das criticas e ate condenações que eram e ainda são feitos contra Nyusi por estar a impor estados de emergência. Os que estão contra apontam a crescente paralisação de algumas empresas e os despedimentos daí decorrentes para dizer que Nyusi não devia ter imposto o Estado de emergência. Os que o apoiam dizem que a economia pode se recuperar mas já não é possível recuperar as vidas que seriam ceifadas pelo Covid19. Até agora, Moçambique só registou dois óbitos e tem uma das mais baixas taxas de infectados – ronda pouco mais de 300 pessoas, de entre as quais há mais de 90 recuperados.
Peritos dizem que mesmo os países que agora estão relaxando as restrições, como é a vizinha Africa do Sul que já levantou o lockdown, dizem que sempre valeu apenas terem tomados medidas draconianas, porque permitiram aos seus cidadãos irem assimilando lições sobre como se pode ou deve evitar contrair o virus do coronavirus.
O homem por trás da controversa estratégia de vírus da Suécia admite erros. O principal epidemiologista da Suécia admitiu que sua estratégia para combater o Covid-19 resultou em muitas mortes, depois de convencer seu país a evitar um bloqueio estrito. “Se encontrarmos a mesma doença com o mesmo conhecimento que temos hoje, acho que nossa resposta chegaria a um ponto entre o que a Suécia fez e o que o resto do mundo fez”, disse Anders Tegnell em entrevista à Rádio Sueca. A abordagem mais flexível para conter o vírus atraiu elogios e indignação de todo o mundo.
O que está além do debate, no entanto, é o efeito que a estratégia teve no número de mortos no país. Com 43 mortes por 100.000, a taxa de mortalidade da Suécia está entre as mais altas do mundo e excede em muito a da vizinha Dinamarca e Noruega, que impôs bloqueios muito mais difíceis no início da pandemia.
Tegnell é o cérebro por trás da controversa abordagem da Suécia para combater o vírus, e o governo de Stefan Lofven se debruçou sobre o epidemiologista em sua resposta oficial à pandemia. Reuniões de mais de 50 pessoas continuam sendo proibidas, mas durante a crise os suecos puderam visitar restaurantes, fazer compras, frequentar academias e enviar crianças com menos de 16 anos para a escola.