Família da Sabina Manuel pede para que certas pessoas parem usar a foto dela como diversão

É uma situação que está a causar revolta no seio da sociedade moçambicana nos últimos dias, levando várias pessoas a emitirem mensagens de indignação e repúdio, pelo menos a nível das redes sociais, em particular no Facebook. Tudo devido ao assassinato macabro da jovem estudante universitária Sabina Filipe Manuel, de 21 anos de idade, natural da Província de Niassa e que se encontrava em formação no Instituto Superior de Gestão, Comércio e Finanças (ISGECOF), na Cidade de Nampula, desde ano 2017.

No ISGECOF, em Nampula, concluíra o 3º ano do curso de Gestão Ambiental, em 2019. Segundo um comunicado daquela instituição, emitido terça-feira, Sabina era “uma das estudantes mais brilhantes, que sempre distribuiu motivação e bom ânimo a todos que desfrutaram de sua presença”, a nível daquele estabelecimento de ensino.

Sabina Filipe Manuel teria feito o último contacto telefónico com a família, a 27 de Dezembro de 2019, quando se encontrava em trânsito na Cidade de Cuamba, em Direcção a Lichinga, um pouco antes das 22:00h.

Segundo contou o Porta-voz da Polícia da República de Moçambique (PRM), no Niassa, Alves Mathe, em entrevista telefónica à “Carta”, esta quarta-feira, as autoridades de justiça foram comunicadas pela família no passado dia 28 de Dezembro e depois desse momento, tudo foi feito para que se achasse a jovem estudante que seguia viagem via terrestre para Lichinga, onde ia passar as festas de final do ano e férias escolares com a família.

Entretanto, na passada segunda-feira (06) através de uma denúncia, uma equipa multissectorial composta pela PRM, SERNIC, PGR e Ministério da Saúde, dirigiu-se ao Rio Muanda, localizado ao oeste do Distrito de Cuamba, onde foi encontrado o corpo da finada já em estado avançado de decomposição. De acordo com Mathe, as autoridades solicitaram a família e o namorado da Jovem estudante, tendo estes confirmado que, de facto, se tratava de Sabina Filipe Manuel.

Alves Mathe explicou à nossa reportagem que, devido ao estado do corpo, não foi possível fazer uma perícia e autopsia contundente para aferir se houve violação sexual ou não, tendo-se liberado o corpo para a família realizar as cerimónias fúnebres. O Porta-voz da PRM revelou que, no âmbito da investigação, foi notificado um jovem em Cuamba para prestar declarações, o qual foi solto de seguida, uma vez que não foi possível apurar o seu envolvimento, estando neste momento as autoridades a investigar o macabro assassinato.

Para além do hediondo acontecimento, familiares da finada lamentam o facto de algumas pessoas estarem a usar a foto da malograda e o acontecimento como diversão, fazendo chacota e outro tipo de insinuações. A família pede para que “as pessoas parem de fazer o que estão a fazer e que façam um exame de consciência”. (O.O.)

Carta de Moçambique

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *