O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Daviz Simango, defendeu hoje que os restos mortais de Afonso Dhlakama deviam ser depositados na Praça dos Heróis Nacionais, em Maputo.
Para mim era importante que os restos mortais fossem depositados na cripta”, na capital moçambicana, onde jazem o independentista Eduardo Mondlane e o primeiro Presidente moçambicano, Samora Machel, entre outras figuras.
Para Simango, líder do terceiro partido com representação parlamentar, “se existe uma Praça dos Heróis e estão lá depositadas personalidades ligadas a uma linhagem política, a um grupo, a um clã, é preciso mostrar que os moçambicanos querem se reconciliar a si mesmos, abrindo essa janela”, com a entrada do líder da oposição à Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) – no poder desde a independência em 1975.
“Poderia ser muito bom para fortalecer a unidade nacional que tanto andamos a apregoar”, sublinhou. Sem o fazer, “o Governo da Frelimo perdeu uma grande oportunidade” de se reconciliar “consigo mesmo” e “de criar condições para que o Estado se reconciliasse com os cidadãos”.
“Ele devia estar depositado na Praça dos Heróis e, naturalmente, devíamos ter uma cerimónia mais de Estado que outra coisa”, concluiu Daviz Simango, que é também presidente do município da Beira, para onde estão marcadas as cerimónias fúnebres públicas do presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), na quarta-feira.
Uma comitiva governamental juntou-se hoje à família de Dhlakama na cidade para definir se as cerimónias vão decorrer no estádio do Ferroviário da Beira, tal como anunciado pela Renamo e familiares no sábado, ou no largo da estação de caminhos de ferro.
Na quinta-feira, o corpo do ex-guerrilheiro e líder da oposição em Moçambique vai ser sepultado pela família às 14:00 na sua terra natal, Mangunde, 300 quilómetros a sudoeste da Beira, na província de Sofala.
Dhlakama morreu na quinta-feira na Serra da Gorongosa devido a complicações de saúde.
LUSA