Um total de 13 corpos, supostamente de cidadãos de nacionalidade somali, foram descobertos abandonados numa mata de Bencanta, na vila de Inhaminga

Corpos de 13 cidadãos encontados nas matas em Moçambique

Fontes da VOA em Sofala dizem que terão morrido num contentor

Um total de 13 corpos, supostamente de cidadãos de nacionalidade somali, foram descobertos abandonados numa mata de Bencanta, na vila de Inhaminga, na província moçambicana de Sofala, a uns 200 metros de um posto policial, na mesma altura em que o líder da Renamo denunciou a reactivação de esquadrões de morte.

Os corpos, já em avançado estado de decomposição, foram descobertos por residentes, no domingo, 24, devido ao cheiro forte e a presença de abutres, tendo, na altura, reportado o facto às autoridades locais.

A perícia, que inclui os sectores de Saúde, Serviço de Investigação Criminal e a Procuradoria Geral da Republica, deslocou-se ao local na terça-feira 26, para a recolha de amostras e dados para a investigação do caso, que já tem um processo aberto na procuradoria provincial de Sofala.

Depois dos trabalhos da perícia, os corpos foram sepultados no local no mesmo dia devido ao seu avançado estado de degradação.

A VOA soube de várias fontes que as autoridades aventam a hipótese de que os supostos cidadãos somalis podem ter morrido num contentor fechado, quando eram transportados de Nampula para Beira, a capital de Sofala, através duma picada que liga o distrito de Caia e Dondo, evitando os dois cerrados controlos da polícia na Gorongosa e Inchope na N1, a principal estrada que liga o sul e o norte de Moçambique.

No percurso deste troço, relataram as fontes, com fome e desidratados, e já debilitados com a navegação no Oceano Indico – para a ligação Somália à baia de Pemba, em Cabo Delegado geralmente a porta de entrada de somalis em Moçambique – terão alguns perdido a vida.

A Polícia de Sofala confirmou sem detalhes a existência dos 13 corpos e assegura que estão em curso trabalhos investigativos.

A procuradoria provincial de Sofala prometeu pronunciar-se oportunamente, quando as investigações e as autopsias estiverem concluídas.

Esta semana Afonso Dhlakama, líder da Renamo, acusou o Governo moçambicano de reativação dos núcleos de esquadrões de morte, com surgimento de novos casos de raptos e assassinatos e corpos encontrados ao abandono em várias zonas das províncias de Manica e Sofala, três dos quais encontrados numa zona não distante onde foram descobertos os 13 corpos.

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