A russos resolveram deixar o Tribunal Penal Internacional, por considerar que este organismo “não cumpriu as expectativas e não se converteu num órgão de Justiça verdadeiramente independente e prestigiado“.
A Rússia assinou em 2000 o Estatuto de Roma do TPI, que foi criado para julgar crimes de guerra, mas o presidente Vladimir Putin deu ordem para notificar os organismo internacionais da decisão de sair do tratado.
Um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros Russo, citado pela RT, critica a falta de eficácia e “unilateridade” do TPI, que em 14 anos de funcionamento ditou apenas quatro sentenças e gastou mais de mil milhões de dólares.
Segundo um relatório do TPI, a anexação era um acto de ocupação. A Rússia, por outro lado, afirma que a Crimeia uniu-se voluntariamente à Rússia após um referendo popular. Observadores internacionais criticaram a votação, que teria sido organizada às pressas.
Além disso, a Rússia estará envolvida nos ataques aéreos à cidade síria de Aleppo, controlada por rebeldes contrários ao presidente Bashar al-Assad, aliado de Putin. Organizações humanitárias pedem a investigação dos bombardeios como crimes de guerra.
A retirada da adesão russa tem, no entanto, poucos valores práticos, já que apesar de ter assinado o acordo, o país jamais ratificou o documento, e não estava sob a sua jurisdição. Os Estados Unidos, a Índia e a China são outras potências que nunca ratificaram o estatuto.
O movimento diplomático aprofunda a crise no TPI, após uma série de países como a África do Sul e Gâmbia, terem decidido abandonar o órgão internacional, a quem acusam de parcialidade por apenas julgar africanos.