Governo de Castro quer captar investidores para as energias renováveis, num momento em que a crise na Venezuela prejudica o abastecimento de petróleo.
Foi há sensivelmente dois anos que o presidente norte-americano Barack Obama e Raul Castro anunciaram depois de varios anos o retomar das relações entre Cuba e os Estados Unidos. Desde aí que a Cuba comunista – de Che Guevara, dos carros antigos, dos charutos, dos exilados políticos – se começou a abrir para investidores estrangeiros. E a culpa é do petróleo da Venezuela. Confuso? Nem por isso. O governo cubano começou a voltar-se para investidores privados para desenvolver o setor das energias renováveis e fazer face aos cortes cada vez mais frequentes no fornecimento de petróleo barato da Venezuela.
O governo formado por Fidel Castro em 1959 e que é agora liderado pelo irmão Raul está a vender a ideia de projetos solares e de biomassa a partir dacana de açúcar a investidores estrangeiros, através da organização de eventos e conferências dedicados ao tema, segundo a Bloomberg. O objetivo é trazer muitos milhões de dólares para sectores que, até agora, foram controlados por entidades públicas, e aumentar o volume de eletricidade produzida a partir de energia renováveis dos atuais 4% para 24% em 2030. A mudança não é tanto ideológica como é da (liberal) lei da da oferta e da procura.
A ilha depende fortemente dos combustíveis fósseis como fonte de energia, através da importação subsidiada da Venezuela. E com a crise económica que a Venezuela está a atravessar, ameaçando o fornecimento, as autoridades cubanas temem uma nova turbulência como sofreram no início dos anos 90, quando o fornecimento da ex-União Soviética começou a escassear.
Fonte: dinheirovivo