Eleitores decepcionados com o decurso das eleições gerais

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Há uma onda crescente de reclamação em relação ao desenvolvimento do processo eleitoral que teve o seu ponto alto no dia 9 de outubro quando milhões de moçambicanos se dirigiram às urnas para exercerem o seu direito cívico. Cidadãos eleitores consideram estas eleições como as mais fraudulentas da história do país.

Os nossos entrevistados começaram por enaltecer o facto de ter-se realizado a votação, no seu entender isso significa que Moçambique ainda é um país democrático. Entretanto prosseguiram dizendo que a democracia está ameaçada devido aos ilícitos constatados.

“Acompanhei muitas notícias negativas que mancham a democracia. Aquele que deveria ser um dia de festa e manifestação do direito de votar não foi inclusivo”, contou Eugénio Mutuque, residente no Município da Matola.

“Aquilo que eu pude ver foi muito triste, é de lamentar. Não houve transparência, muito menos o dito sufrágio universal”, lastimou Sandy Funa residente na Zambézia.

Outros falantes contam que esperavam mudanças em relação aos acontecimentos dos anos anteriores com destaque para o respeito aos princípios que regem o sufrágio universal e a democracia.

“É dos processos mais fraudulentos e complicados de analisar de todos os tempos. Desde a votação até a contagem de votos e a consequência é essa, resultados diferentes entre a CNE e os observadores bem como partidos”, avaliou Manuel Simão residente na Cidade de Maputo.

“Caracterizo as últimas eleições como as mais enganadoras que o país registou. Espero que os órgãos possam agir com imparcialidade e dar a vitória a quem realmente merece”, disse Letícia.

Candidatos devem zelar pela paz e não a desinformação

Na mensagem dos eleitores, destinada aos concorrentes às eleições, recomendaram a observância da paz e harmonia nesse período, pois os tumultos poderão prejudicar mais ao eleitorado e não aos candidatos.

“Os concorrentes não devem desinformar as pessoas, todos estamos em um momento de tensão e entusiasmo para saber quem venceu. É dever de cada candidato a partir da sua influência informar que devemos esperar pelos resultados dos órgãos competentes”, apelou Eugénio Mutuque.

Uma posição contrária foi rematada por Sandy Funa. Este avançou que os candidatos devem divulgar a sua avaliação paralela para efeitos de confrontação dos resultados anunciados pelos órgãos de administração eleitoral.

“O candidato Venâncio partilhou um link nas redes sociais onde podem ser vistos editais de quase todos os distritos. Se todos fizessem isso, qualquer um poderia ver para quem a vitória é realmente certa”, afirmou.

Diante do desenrolar das incidências desse processo, os nossos entrevistados deixam orientações aos candidatos. A Ossufo Momade recomenda que se admita o erro de afastar Venâncio do congresso do partido.

Em relação ao Daniel Chapo esperam que tenha novos planos e ideias porque o seu partido está manchado. Quanto a Venâncio Mondlane querem que ele continue com as suas acções, mas que procure fortalecer as suas bases internacionalmente.

Em suma esperam que haja espaço para que os actores políticos analisem o estágio do país e que juntos projectem soluções realísticas que valorizem os anseios do povo moçambicano. (Ekibal Seda)

Author: Redacção

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