Cerca de 3700 dos 5200 antigos guerrilheiros da Renamo que passaram à vida civil, no âmbito do processo de DDR, já estão a receber as suas pensões. A garantia foi dada [ontem], em Gorongosa, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
No passado dia 1 de Agosto de 2019, o Parque Nacional de Gorongosa foi o palco de uma cerimónia de assinatura de um acordo de cessação definitiva das hostilidades militares entre o Governo e a Renamo. Na referida data histórica, o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Renamo, Ossufo Momade, selaram um acordo de paz, como resultado de vários encontros anteriores.
O acordo previa que um total de 5200 combatentes da Renamo passariam para a vida civil, através de um processo denominado Desarmamento, Desmobilização e Reinserção e que os visados receberiam pensões.
“Tornar-se gratificante saber que foi a 1 de Agosto de 2019, portanto, um dia como amanhã, em que assinamos um acordo histórico. Foi há sensivelmente cinco anos. O tempo passa rápido”, recordou Nyusi.
Adiante, o Presidente da República frisou que “é um acordo que pôs termo ao conflito armado no país, depois de termos tido vários encontros neste espaço, a Serra da Gorongosa com o presidente Dhlakama”.
Filipe Nyusi recordou que “cheguei aqui várias vezes sem ninguém saber e as pessoas que vivem aqui me conhecem”.
Nyusi garantiu, depois, que o processo está praticamente encerrado. “Dos 4115 processos recebidos, porque só podem ser fixados quando as pessoas submetem ao Instituto Nacional de Providência Social, 4089 foram fixados às respectivas pensões e enviados ao Tribunal Administrativo. E, destes, 3697 (92%) já foram visados pelo Tribunal Administrativo e estão em pagamento. Portanto, não pode haver ironia aqui. Estas pessoas estão a ser pagas e podem ser consultadas. Por essa razão, Gorongosa ostenta o estatuto de Parque da Paz.”
Para além de receberem pensões, alguns antigos combatentes da Renamo e os seus filhos estão envolvidos em actividades de renda no Parque Nacional da Gorongosa. (O País)