Há tempos que os cientistas têm acompanhado uma fratura localizada em uma das maiores plataformas de gelo do mundo. De acordo com seus relatos, nos últimos cinco meses essa rachadura passou de 22 para 130 quilômetros de comprimento.
Isso significa que, agora é só uma questão de tempo para que um enorme pedaço de gelo se desprenda dessa plataforma – conhecida como Larsen C – e seja liberado no mar. Tal acontecimento poderia ser descrito como a terceira maior perda de gelo já registrada na Antártida.
A Larsen, localizada na costa da península Antártica, é uma plataforma de gelo dividida em três pequenas outras: Larsen A, B e C. As regiões A e B já experimentaram declínios maciços ao longo das últimas décadas, e agora C, a maior delas, é a que se encontra em tal situação.
A observação foi feita pelos cientistas do ‘Project MIDAS, a British Antarctic Survey’, um projeto de pesquisa com equipes de várias universidades do Reino Unido. De acordo com o relatório apresentado por eles, cerca de 12% de toda a plataforma Larsen C pode estar em iminência de se romper.
A partir de modelos computacionais, os pesquisadores descobriram que se isso ocorrer, o restante de gelo dessa plataforma poderia se tornar instável. Logo, a Larsen C certamente seguiria o exemplo de sua vizinha B, que se desintegrou em 2002 e atualmente cobre uma área de 1.600 metros quadrados (que poderia novamente se desintegrar até o final da década).
A Larsen A, por sua vez, se desintegrou em janeiro de 1995 e a C parece estar seguindo o mesmo caminho. Para colocarmos em perspectiva, tal região abrange cerca de 55.000 km quadrados, ou seja, 10 vezes o tamanho da Larsen B, e cerca da metade do tamanho da Islândia.
Em um estudo publicado no ano passado na revista Cryosphere, a equipe de cientistas descreveu como Larsen C estaria derretendo a partir da superfície e base. Agora, uma fratura gigantesca está aumentando a uma taxa que ninguém poderia ter previsto. Quando a borda externa se libertar, estima-se que um iceberg de 6.000 quilômetros quadrados possa ir parar no Oceano.
Isso, de acordo com a pesquisadora da equipe Daniela Jansen, do Atenção: Nunca deixe uma garrafa de água dentro do seu carro
style="box-sizing: border-box;">Alfred Wegener Institute Helmholtz Centre for Polar and Marine Research, na Alemanha, poderá ocorrer nos próximos dois ou três anos. “Basicamente, ela pode se tornar instável. Uma vez que o iceberg for liberado por completo, pode haver uma tendência de que a frente do gelo caia para trás”.