O Presidente da Guiné-Bissau avisou que, doravante, todas as bagagens, incluindo a do chefe de Estado, serão revistadas, como medida de combate à droga, que disse estar a manchar a imagem do país.
Umaro Sissoco Embaló afirmou que, já neste momento, quando viaja, a sua bagagem “passa por um filtro” por questões de segurança e que, a partir de agora, ninguém estará isento de revista nos postos de fronteira, sobretudo no aeroporto internacional Osvaldo Vieira.
“Doravante é uma lei, enquanto eu for Presidente da República, nem que tenhas passaporte diplomático (…), a tua bagagem vai passar no ‘scanner’, é revistada”, disse o Presidente guineense.
Umaro Sissoco Embaló falava aos jornalistas à margem das festividades do 14.º aniversário da Guarda Nacional.
Embaló aproveitou a ocasião para dar um conjunto de diretrizes ao ministro do Interior e Ordem Interna, Botche Candé, ao chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Biague Na Ntan, para o combate à droga no país.
“A partir de agora, em todos os voos que partem de Bissau para Europa, quero um controlo rigoroso. No dia em que for apanhada droga em Portugal e que tenha saído de Bissau, todos os agentes em serviço no aeroporto vão presos”, declarou o Presidente guineense.
Para Umaro Sissoco Embaló, a Guiné-Bissau “não pode ser um Estado pária” em que um Procurador-adjunto ou um deputado da nação são apanhados com droga no estrangeiro.
O Presidente guineense aludia aoprocurador Eduardo Mancanha, detido pela polícia no aeroporto de Lisboa, em dia 21 de abril, com 200 gramas de haxixe, quando se preparava para viajar para Bissau, e ao deputado, Manuel Irenio Lopes “Manelinho”, detido também na capital portuguesa com 13 quilogramas de cocaína.
O deputado foi surpreendido pela polícia portuguesa igualmente no aeroporto de Lisboa quando chegava de Bissau.
“Este é o país que queremos construir”, questionou Embalo, convidando os “marginais” a afastarem-se de funções do Estado, por, disse, prejudicarem a imagem da Guiné-Bissau. (DW África)