O General na reserva António Hama Thay concedeu na noite da última segunda-feira (29.04) uma entrevista exclusiva a TV Sucesso, onde dentre vários aspectos abordados, o destaque vai para a sua visão sobre a defesa e segurança do Estado, Educação, Agricultura, Saúde e o papel da juventude. Pois embora, as suas abordagens tenham sido bastante cautelosas e sem emoções, o General Hama Thay deixou claro que tudo está nas mãos dos militantes do partido Frelimo que devem decidir se pode avançar ou não.
Segundo António Hama Thay, os moçambicanos não estão preparados para a guerra, razão pela qual quando ouvem o som de um disparo todo mundo fica em pânico e coloca-se a correr. O General entende que é de vital importância investir na segurança dos cidadãos, ou seja, todos os cidadãos devem ter preparação militar para que não se intimide. O político defende que “a ausência de guia de marcha criou uma situação que hoje não conhecemos quem é quem.”
Hama Thay revelou que em 2022 apresentou no seio do partido Frelimo, uma estratégia de combate ao terrorismo e como poderia se combater o grupo que actua em Cabo Delgado com enfoque para os objectivos específicos do grupo, porque só assim é que se pode eliminar a ameaça que desde 2017 vem aterrorizando a província.
Ainda sobre suspeitas de traição de militares em Cabo Delgado, Hama Thay diz não ter certeza que haja traição, mas fuga de informação sim, isto acontece.
O político diz que vê com bons olhos os movimentos dentro do partido para a escolha de um novo candidato presidencial. Entretanto, António Hama Thay mostrou-se cauteloso quando questionado se era pré-candidato ou não, tendo dito que “se o grupo tem esta decisão de que Hama Thay avança, eu sou militante da Frelimo e tudo depende do partido.”
“Cumpri diversas missões no País, se o partido quiser que eu avance, irei avançar”, afirmou António Hama Thay.
Em relação à democracia no País, o General António Hama Thay entende que cresceu bastante, mas ainda pairam grandes desafios que resolvidos podem fortificar ainda mais o processo desenvolvimento democrático. Hama Thay explicou que “a idade não pode ser um requisito para alguém concorrer à presidência da República, mas sim o que a pessoa tem por oferecer ao País.”
Questionado sobre o que faria para o Exército e a Polícia caso chegue ao poder, Hama Thay respondeu: “Se um dia chegarmos lá, sentaremos com o Exército e orientaremos como proceder, assim como faremos também com a polícia (…).”
No entanto, entre as linhas de força das pretensões de António Hama Thay estão a defesa aguerrida da soberania nacional concretamente nas componentes de defesa e segurança, integridade territorial, combate ao terrorismo e a criminalidade organizada; melhorar os serviços hospitalares e com médicos altamente qualificados; “temos que ser mais usados, criando condições para uma melhor educação e com professores com melhores salários e motivados”; produção agrícola de grande envergadura, porque este País é rico.
Hama Thay defende que a juventude terá sempre uma grande importância, uma vez que desde o 2º Congresso da Frelimo em 1968 a mesma foi sempre especial, razão pela qual, nos governos de Samora, Chissano e Guebuza, sempre existiram ministérios da juventude e cultura. O Político diz que não está ansioso para o dia 03 de maio, “o Dia D na Frelimo”, o dia marcado para a escolha do candidato presidencial do Partido.
O General Hama Thay que durante a entrevista não confirmou e nem negou que tenha pretensões presidenciáveis, mas apresentou suas ideias caso assim seja escolhido pelos membros do Comité Central é apontado em vários círculos de debate como um dos pré-candidatos tendo inclusive criado uma página nas redes sociais que diariamente é actualizada.
De referir que entre os pré-candidatos da Frelimo para além do General Hama Thay constam também: Samora Machel Júnior, Gabriel Xavier da Barca Júnior, José Pacheco, Amélia Muendane, Aires Aly, Basílio Monteiro, Hélder Muteia, Celso Ismael Correia, Fernando Faustino, Roque Samuel Silva, entre outros. (Omardine Omar)