O relatório recorda ainda que no endividamento externo, Moçambique tem a emissão de Eurobonds “MOZAM 2032”, no valor de 900 milhões de dólares (845,4 milhões de euros), equivalente neste caso a 9% do total.
O Grupo Banco Mundial é o maior credor da dívida externa de Moçambique, com 29% do total de mais de 10.306 milhões de dólares (9.731 milhões de euros) contraídos externamente, segundo relatório a que a Lusa teve esta terça-feira, 23 de abril, acesso.
De acordo com o relatório sobre a dívida pública de 2023, do Ministério da Economia e Finanças, o Grupo Banco Mundial, através da Associação Internacional de Desenvolvimento (IDA, na sigla em inglês), detinha 29% desse total em 31 de dezembro passado, que se reduziu face aos 30% em 2022, seguido da China (através do Estado do Exim Bank China), com 15% (19% em 2021 e 17% em 2022).
Já o Fundo Monetário Internacional (FMI) detém actualmente 10% da dívida externa moçambicana (8% em 2022), seguindo-se Portugal e o Japão, ambos com o equivalente a 4%, respetivamente 448,8 milhões de dólares (421,6 milhões de euros) e 451,9 milhões de dólares (424,5 milhões de euros).
“Após uma notável contração de 3,2% em 2022, o ‘stock’ nominal da dívida externa do Governo Central consentiu um agravamento ao longo de 2023 (…) Não obstante este incremento do ‘stock’ em 2,4% (originado pelos desembolsos do FMI e do Japão), constata-se que a dívida externa mantém uma tendência de estabilização, até porque o ‘stock’ não retornou aos níveis comparativamente altos de 2021”, lê-se.
Em 2021, o endividamento externo total de Moçambique ascendia a mais de 10.391 milhões de dólares (9.762 milhões de euros), que baixou no ano seguinte para cerca de 10.061 milhões de dólares (9.452 milhões de euros), voltando a acelerar (2,4%) em 2023.
O relatório recorda ainda que no endividamento externo, Moçambique tem a emissão de Eurobonds “MOZAM 2032”, no valor de 900 milhões de dólares (845,4 milhões de euros), equivalente neste caso a 9% do total.
“O movimento do stock externo em 2023 seguiu uma dinâmica consistente com um padrão que já típico, em que a dívida multilateral tem sido geradora de fluxos líquidos positivos (aumento do ‘stock’), enquanto a dívida bilateral tem sido geradora de fluxos líquidos negativos”, acrescenta.
O presidente do Grupo Banco Mundial, Ajay Banga, destacou em 16 de abril último o papel de Moçambique como base do mercado de eletricidade na África austral, após um encontro em Washington com o Presidente moçambicano, prometendo novas parcerias com o país.
“Tivemos uma boa discussão sobre o trabalho que está a ser feito, os resultados do desenvolvimento económico que Moçambique tenta alcançar, a melhoria do crescimento económico, a melhoria da inflação. Mas o mais importante é que discutimos a oportunidade para os jovens e para o seu futuro e como, se investirmos nos jovens, isso se tornará no futuro do país”, destacou Ajay Banga, em declarações aos jornalistas após reunir-se com o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi.
Na reunião que decorreu na sede do Banco Mundial, na capital norte-americana, os dois dirigentes abordaram “a importância deles [dos jovens] para o emprego e como criar empregos com certos ativos com que Moçambique já está a fazer um bom trabalho, como na energia e eletricidade”, referiu.
Moçambique não só melhorou “o acesso à eletricidade para a sua própria população, e há mais para vir, mas também está a tornar-se uma base para o mercado da eletricidade na África austral, um excelente passo em frente”, acrescentou.
Para o presidente do Grupo Banco Mundial há ainda “muito que o Governo e o setor privado podem fazer em conjunto”, não apenas na eletricidade: “Incluindo o turismo, infraestruturas, tudo alinhado para a criação de empregos para o futuro do nosso mundo, que são os jovens. Por isso, quero parabenizar o Presidente e seu Governo pelo trabalho que estão realizando. Estou ansioso por mais parcerias conjuntas”. (NOVO com Lusa)