O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump compareceu ontem num velório de um polícia de Nova Iorque, morto a tiro em serviço, enquanto o favorito republicano às presidenciais tem acusado Joe Biden de não combater o crime.
O
funeral do agente Jonathan Diller, de 31 anos, que foi morto a tiro durante uma operação stop na segunda-feira, decorreu no subúrbio de Massapequa.
Diller, que era casado e tinha um filho de 1 ano, foi baleado quando se aproximava de uma viatura ilegalmente estacionada e foi transportado de urgência para um hospital, onde morreu.
A visita de Trump ocorre no momento em que Biden também estava em Nova Iorque para uma arrecadação de fundos previamente agendada com os ex-presidentes democratas Bill Clinton e Barack Obama. A campanha de Trump fez publicações nas redes sociais contrastando a sua visita com a arrecadação de fundos de Biden.
O porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, numa publicação no X, sublinhou a visita de Trump e atacou: “Enquanto isso, os Três Patetas — Biden, Obama e Clinton — estarão em uma arrecadação de fundos chamativa na cidade com a sua elite e intocáveis celibirdades benfeitoras”.
A secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, sublinhou hoje que o chefe de Estado democrata conversou com o presidente da Câmara de Nova Iorque, mas disse que não tinha nenhuma “comunicação privada para partilhar” quando questionada se Biden tinha falado com a família do agente.
Em declarações a bordo do avião presidencial, o Air Force One, a porta-voz disse que Biden apoiou as forças de segurança ao longo de toda a sua carreira e apontou para o histórico de Trump.
“O crime violento aumentou durante a administração anterior. A administração Biden-Harris fez o oposto, tomando medidas decisivas desde o início para financiar a polícia e alcançando uma redução histórica da criminalidade”, vincou.
Trump, que estava acompanhado por alguns dos seus principais conselheiros de campanha na visita, apertou a mão do comissário do Departamento de Polícia de Nova Iorque, Edward Caban, e da polícia e de autoridades do condado de Nassau ao entrar na casa funerária.
Trump tem vindo a criticar o crime em cidades fortemente democratas, pedindo que os ladrões sejam fuzilados imediatamente e defendendo imunidade para os polícias contra ações judiciais por possível má conduta.
O magnata republicano também tem atacado os procuradores, o FBI (polícia federal) e o Departamento de Justiça, pelos processos criminais que enfrenta.
Defende ainda os presos pela participação na insurreição de 06 de janeiro de 2021 no Capitólio dos EUA, quando uma multidão de apoiantes de Trump invadiu as linhas policiais e o Capitólio e polícias foram atacados e espancados.
A campanha de Trump não ofereceu mais detalhes sobre a sua comparência no funeral ou se planeava prestar declarações.
“O presidente Trump está comovido com o convite para se juntar à família e aos colegas do oficial da polícia de Nova Iorque, Jonathan Diller, enquanto lidam com sua morte trágica e sem sentido”, destacou a porta-voz da campanha de Trump, Karoline Leavitt, em comunicado.
Estacionadas nas proximidades da cerimónia fúnebre estavam duas ‘pickups’ com imagens pró-Trump e bandeiras com o ‘slogan’ “Make America Great Again” [“Engrandecer de Novo a América”, em português].
Trump publicou sobre a morte de Diller na sua rede social, a Truth Social, na terça-feira, endereçando os sentimentos à família.
O republicano também classificou o atirador como bandido e observou que a polícia revelou que o suspeito tinha inúmeras prisões anteriores, realçando que “nunca deveria ter regressado às ruas”.