A informação que desinforma!

TOMAS VIEIRA MARIO

De Tomas Mario

A informação que desinforma!

Há meses que se instalou um perigoso mal-entendido na sociedade, sobre ir ou não ir ao Hospital ou a Centro de Saúde. Tudo por causa da desgraçada pandemia da COVID-19.

A decisão tomada pelo governo, de limitar consultas e tratamentos médicos nos hospitais, para reservar capacidade de resposta a doentes da COVID-19, transformou-se numa potencial causa de outras doenças.

O entendimento geral criado na população é o seguinte: o governo proíbe as pessoas de procurar centros de saúde porque la podem ser infectas com o Coronavírus. Uma rápida pesquisa feita pelo SEKELEKANI em alguns subúrbios de Maputo, junto de um grupo de mulheres , confirma exactamente esse entendimento.

De resto, estas constatações foram corroboradas por vários ouvintes da Radio Moçambique, das Províncias de Maputo, Gaza e Inhambane, que falaram num programa trilingue da RM (Changana, Ronga e Xitswa) no Sábado antepassado, dia 18 de Julho. Eu escutei o programa atentamente e fiquei assustado ao perceber que este mal-entendido se tinha espalhado ate a distritos do interior!

E, pelos vistos, o grupo que mais teme frequentar hospitais – para não ser contaminado com a COVID-19! – é aquele que mais o devia fazer: mulheres gravidas ou em fase de aleitamento: “Hospital? Nem pensar!”, Dizem, peremptórias! Por conseguinte, elas deixaram de fazer as consultas pré-natal; deixaram de levar as crianças às vacinas, etc.

E para agravar este temor mórbido pelo hospital, as televisões têm mostrado mães desesperadas, porque nos hospitais estão a ser informadas que os seus bebes, com necessidades urgentes de intervenções cirúrgicas, apenas podem ser atendidos daqui a um ano. E sem mais! E porquê um ano? É o tempo de duração da pandemia?

Por favor: o Ministério da Saúde deve urgentemente desafazer todos estes mal-entendidos, que resultam de um problema estrutural sério: estratégias oficiais de comunicação (da COVID-19 e de outros assuntos de interesse nacional) improvisadas, incoerentes – e neste caso particular, geradoras de pânico gratuito!

Não vão os efeitos colaterais da COVID-19 ser piores que a propria pandemia!

Author: Redacção

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