Moçambique considerado Corredor de Drogas

DROGAS

Consumo e tráfico de drogas ilícitas está a atingir níveis preocupantes no país. Dados do Gabinete Central de Prevenção e Combate à Droga indicam que de 2012 a 2016 foram apreendidas 27.051 kg de “cannabis sativa”, vulgo soruma, seis toneladas de haxixe, mais de 1000 kg de efedrina, 553 kg de heroína e 100 kg perto. E em 2017, as autoridades apreenderam cerca de oito toneladas de soruma, dos quais 73.39% na província central da Zambézia. Os adolescentes e jovens são os mais vulneráveis.

Maxaquene, Bairro Militar, concretamente na zona conhecida por Colômbia e na Mafalala são os bairros da cidade de Maputo onde se registam mais casos de tráfico e consumo de drogas. Aliás, não é por acaso que o centro que atende pessoas toxicodependentes está localizado na Mafalala.

Um jovem de 28 anos de idade é uma das pessoas que frequentam o centro. Ele conta que consome drogas há 13 anos, mas agora luta para abandonar o vício.

Aberto em Maio de 2018, o centro já atendeu cerca de 1.200 jovens toxicodependentes, provenientes das províncias do sul do país.

Com a guitarra em punho e vozes em coro, os jovens toxicodependentes cantam pedindo inclusão social.

Segundo o relatório das Nações Unidas de 2019, cerca de 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos por uso de drogas em todo o mundo. E apenas uma em cada sete pessoas recebe tratamento.

Apesar de existirem consumidores, Moçambique é considerado como sendo um corredor de drogas para abastecer o exterior, sobretudo a África do Sul e outros países da Europa. Os traficantes exploram a vasta fronteira terrestre e os 2.500 km de costa.

Uma mulher de nacionalidade brasileira partiu do Brasil, passou por Etiópia e foi detida no Aeroporto de Maputo por suspeita de traficar 5.4 kg de cocaína, que estava disfarçada em chocolate.

A Lei n.º 3/97, de 13 de Março, define e estabelece o regime jurídico aplicável ao tráfico e consumo de estupefacientes e substâncias psicotrópicas e preparados ou outras substâncias de efeitos similares e cria o Gabinete Central de Prevenção Combate à Droga. O jurista Elísio de Sousa diz que a lei precisa de ser reformada.

Há dois meses, as Nações Unidas começaram com o processo de instalação de um escritório de combate à droga e ao crime.

E a União Europeia está a trabalhar com o governo moçambicano para o combate ao tráfico de drogas nos aeroportos.

A cannabis, mais conhecida por soruma, é a droga ilícita mais consumida no mundo, com mais de 180 milhões de usuários.

O País

Author: Redacção

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