Afinal, Manuel Chang tem antecedentes de lavagem de dinheiro na África do Sul, o que fez com que não houvesse hesitação em prendê-lo logo que foi recebido o mandado norte-americano, exactamente com a acusação de lavagem de dinheiro. Uma fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros da África do Sul disse que o caso remonta a 2010, quando Manuel Chang chefiou uma equipa de membros do Governo e do partido Frelimo que visitou a China e manteve contactos com dirigentes do Partido Comunista Chinês.
Apesar de terem feito parte da delegação membros da Comissão Política do partido Frelimo, nomeadamente, Aires Ali (que era primeiro-ministro) e Cadmiel Muthemba (que era ministro das Obras Públicas), Armando Guebuza ordenou que Manuel Chang chefiasse a delegação.
No seu regresso, Manuel Chang trazia uma mala contendo dinheiro em dólares. Essa mala foi retida pela Polícia e a Alfândega da África do Sul, no Aeroporto Oliver Tambo, em Johannesburg, mas Manuel Chang não tomou conhecimento. Quando chegou a Maputo, toda a sua bagagem havia chegado menos aquela mala. Entrou em contacto com a Embaixada de Moçambique na África do Sul, que pôs em acção a Delegação da LAM em Johannesburg, dirigida, na altura, por Valter Manhiça, para se encontrar a mala. Manuel Chang havia declarado a mala como contendo documentos de acordos que havia assinado com a China no âmbito da visita. Mas era mentira.
A mala tinha dinheiro vivo que Chang trazia da China. A mala não foi encontrada nos Perdidos e Achados e, mais tarde, ficou-se a saber pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros que a mala estava com a Alfândega e, contrariamente aos documentos confidenciais declarados, na mala havia dinheiro dado pelos chineses.
A nossa fonte disse que, depois de contactos diplomáticos, Manuel Chang mandou alguém, cujo nome não nos revelou, que foi levantar a mala. Mais tarde, Chang informou aos sul-africanos que a “mala dos documentos” já estava em sua posse e agradeceu a colaboração.
Fonte
: Jornal Canal Moz 10 de Abril