Analsitas dizem que Presidente da República deve posicionar-se à denúncia do Canal de Moçambique
Em Moçambique, alguns analistas dizem que tendo em conta as altas responsabilidades que o Presidente da República assume, seria um dever o Chefe de Estado, através dos canais de que dispõe, pronunciar-se sobre as nuvens de suspeição que pairam quanto à sua probidade e integridade.
O Canal de Moçambique descodificou, na semana passada, o indivíduo “Q”, referenciado no relatório da Kroll sobre as chamadas dívidas ocultas, afirmando tratar-se do nome do Presidente da República, Filipe Nyusi.
“Filipe Nyusi no relatório da Ktoll, o indivíduo “Q”, escreve a publicação.
O jurista José Machicame entende que seria um exercício de respeito institucional e constitucional afastar nuvens de suspeição que possam surgir à volta de uma figura importante como é o Presidente da República, que deve ser a autoridade moral máxima.
Machicame ressaltou que o que o Canal de Moçambique tem de novo no seu artigo é a descodificação do nome de Filipe Nyusi no relatório porque a assinatura do Presidente da República já era conhecida.
Tal assinatura foi feita na qualidade de ministro da Defesa Nacional, através de decreto que passou pelo Conselho de Ministros, para a criação de condições jurídico-legais com vista à entrada em funcionamento das empresas que agravaram o endividamento do país.
“Ele teve o papel que teve, tendo em conta o estatuto de ministério relevante para todo o processo de criação de condições para o reforço da protecção das águas territoriais moçambicanas”, afirmou José Machicame.
Aquele jurista chamou atenção para o facto de que “não se diz que o Presidente da República beneficiou de qualquer vantagem patrimonial ou financeira decorrente disso”.
Machicame destacou haver um histórico da Presidência da República moçambicana, afirmando que isto não é apenas deste Chefe de Estado porque já nas anteriores presidências havia uma atitude de indiferença a informações veiculadas sobre questões que tivessem a ver com a actuação do Presidente.
“Compreende-se que seja assim até certa extensão, mas já não se entenderá quando se trata de temas com esta sensibilidade”, sublinhou.
Para o sociólogo Moisés Mabunda, a falta de reacção a informações que dizem respeito à actuação do Presidente da República, em parte, deve-se à ausência de porta-voz do Chefe de Estado.
VOA