Lourena Nhate e Matilde Conjo, Vítimas de Inveja ou de Bullying?

Matilde Conjo

Por: Euclídes Flávio

Após ter visto a promoção do desfile gratuito dos nossos artistas a nível das redes sócias atinente ao evento de gala da Vodacom, fiz uma série de perguntas aos meus botões: Qual é o teor da legenda que acompanha as imagens dos artistas em questão? Quem são os proponentes das mensagens? Qual é o interesse que essas pessoas têm? Inicialmente, apareceu o termo Bullying e mais tarde veio-me a palavra inveja. Fiz estas perguntas pois, isso tem influencia na interpretação do fenómeno, alias, em linguagem publicitaria, uma imagem vale mais que mil palavras. Mas em bom rigor para que imagem seja entendida sem deturpação deve ser acompanhada de legenda. Entrando para o tema:
Recorri a literatura para compreender a fronteira entre Inveja e Bullying.
De acordo com o dicionário de psicologia, Inveja é o desejo de possuir um bem que pertence ao outro. É um sentimento de inferioridade e de desgosto diante da felicidade do outro. É um sentimento de cobiça da riqueza, do brilho e da prosperidade alheia. Ora, Bullying é a prática de actos violentos, intencionais e repetidos, contra uma pessoa indefesa, que podem causar danos físicos e psicológicos às vítimas. Os nossos artistas, particularmente a Lourena e Matilde Conjo tem sido vitimas destes fenómenos. Claro, sofrem simbolicamente.

Em relação a pessoa da Lourena Nhate, fazendo uma breve historia do sucesso dela desde a sua explosão no Fama Show (2005), ate aos dias de hoje, vejo que a talentosa esta sendo vitima de inveja. E mais, esta inveja tem uma periodicidade: que se associa odeio, ora vejamos:
De 2005 a 2010 lhe rotulavam de ser feia de mais.
Entre 2011 a 2015, começaram a reproduzir o discurso segundo qual ela e” gorda,
O terceiro estágio inicia de 2015 (para cá) dizem de forma repetitiva que ela veste-se mal.

Não preciso de ser psicólogo, para aferir que boa parte desses indivíduos com pouca razão são invejosas e gostariam de estar no lugar dela, digo isto porque entendo que queriam que a fama da Lourena, fosse deles, e mais, que os prémios que ela vence anualmente com aquela voz encantadora pertencesse a eles, estes sujeitos igualmente gostariam que a voz da Lourena lhes pertencesse . Para mim, Lourena, não é feia, não é gorda e nem veste-se mal. Ela simplesmente é DIFERENTE. Alias, até porque não é comum termos pessoas iguais. O problema está na vossa pre- definicao do belo, vocês constroem o belo a partir da vossa imagem.

Em relação a pessoa da Matilde, vejo quase o mesmo, alias, pelo teor das mensagens de certos jovens e adultos chego a pensar que algumas pessoas ate tem vontade de lhe apedrejarem na rua. Ademais, nas ultimas 24 horas a rainha esta sendo colocada na parede/berlinda por CONSULTORES DA MODA DO FB, pelo facto de ter se vestida à Freira. Uns lhe chamam maluca, outros psicopata e boa parte prostituta etc. Isso tem danos psicológicos graves e pode atingir o estagio de Bullying. É assim, dizer que aquilo é um evento de gala não é suficiente. É preciso olhar para a multiplicidade de significado que um evento de gala carrega em si tendo em conta o tipo de publico. Evento de gala de cunho desportivo tem características próprias, a eventualidade de gala de fazedores de cinema ide. Muitos queriam o sucesso dela mas tem espaço limitando-se assim, a atirar críticas no escuro. Isso e” inveja.

Por exemplo, para este vestido da Matilde Conjo, não vejo nenhum problema, sobretudo se formos a ter em conta o “significado” aparente e singular que ela pretende traduzir como artista. Repito, como artista. E mais, este vestido associado à garrafa tem uma expressão semiótica muito forte.

Ou seja, ela quis nos dizer o seguinte: “As “santas” também bebem” e possivelmente podem mais coisas. Mas escondem-se nesses vestidos santificados”. Ser artista é tudo isso e mais alguma coisa. A verdade é que Matilde carregou este sentimento (real) para os palcos.
Vergonha e inveja esta com as pessoas que esperavam ver Bunda e partes íntimas da Matilde Conjo ao relento no VibraToques.

PS: O meu apelo é que devemos evitar colocar padrões em invenções artísticas. A nossa arte ainda é nova, temos possibilidades de inventar e reinventar, sem necessariamente decalcar modelos ocidentais sobre maneiras de ser e estar num evento de gala como este. Os homens foram menos criativos. Embora “bem vestidos”. Fizeram o mesmo de sempre. Por mim, da próxima vez devem estar vestidos à pele de animais tal como temos visto nas danças tradicionais.

Deixemos a inveja e vamos deixar a nossa cultura crescer fora da caixa.

Author: Redacção

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