A Polícia da República de Moçambique (PRM) diz ter neutralizado, semana passada, no posto de controlo de Awasse, no distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, um grupo de 24 homens, sobre o qual recaem suspeitas de se dirigirem a Mocímboa da Praia para engrossarem as fileiras de homens armados, com ligações islâmicas de influência radical, que têm estado a protagonizar acções terroristas naquela região da província.
De acordo com o porta-voz do Comando Provincial da PRM, Augusto Guta, os homens agora nas mãos das forças policiais se faziam transportar num autocarro da companhia de Tanga Line, proveniente da província de Nampula.
Segundo a fonte, quando a viatura chegou ao posto policial de Awasse, foi alvo de uma acção rotineira de fiscalização, tendo sido descobertos, no seu interior, o grupo daqueles homens que, paradoxalmente, disseram que não conheciam o seu destino.
A PRM assegura que os 24 homens são naturais de Nacala-Porto, em Nampula, e apenas um, de Nangade, em Cabo Delgado.
Augusto Guta explicou que o facto de o grupo não explicar com exactidão o seu destino levantou, desde logo, fortes suspeitas dos elementos da corporação, que imediatamente trataram de mandar parar a viatura para averiguações mais aprofundadas.
“Primeiro, alegaram que eram pescadores e se dirigiam a Mocímboa da Praia para pescar, sem dizer exactamente em que lugar. Como se não bastasse, não traziam nenhum instrumento de pesca. Para nós há fortes indícios de que iam se juntar aos homens armados que têm estado a desestabilizar aquela região. Importa referir que o autocarro transportava também outros passageiros que depois da fiscalização, seguiram viagem” – explicou Guta.
O porta-voz da PRM disse que os homens se encontram neste momento detidos na cela de máxima segurança, vulgo BO, na cidade de Pemba, e já foi legalizada a sua detenção, sendo que o assunto está neste momento nas mãos da Procuradoria provincial.
Aquele oficial da PRM declinou, entretanto, entrar em detalhes sobre o assunto da movimentação de homens armados em Mocímboa da Praia, alegando que se trata de matéria da competência do Comando Geral da PRM.
“Mas importa dizer que a situação está controlada e que as Forças de Defesa e Segurança estão no terreno para garantir a segurança das populações” – disse Guta.
Recorde-se que, a 5 de Outubro do ano passado, um grupo de homens armados com ligações islâmicas atacaram em simultâneo três posições da Polícia da República de Moçambique, matando elementos da Polícia e civis, no distrito de Mocímboa da Praia, no norte de Cabo Delgado.