Assassino de quatro moçambicanos condenado a quatro prisões perpétuas

O sul-africano Welcome Solani Boni, que matou dois casais de jovens moçambicanos com bomba de petróleo em Outubro do ano passado no bairro do Soweto

Famílias podem não ser indemnizadas porque as vítimas viviam ilegalmente na África do Sul

O sul-africano Welcome Solani Boni, que matou dois casais de jovens moçambicanos com bomba de petróleo em Outubro do ano passado no bairro do Soweto, em Joanesburgo, foi condenado a quatro penas de prisão perpétua na quinta-feira, 8.

O julgamento de Boni, de 45 anos de idade, começou no tribunal regional de Protea, no Soweto, mas foi transferido para o Tribunal Supremo de Joanesburgo, em Katlehoing, a cerca de 60 quilómetros a sul do centro da chamada “cidade de ouro”.

A transferência do caso para o Tribunal Supremo foi motivada pela gravidade dos crimes cometidos pelo cidadão sul-africano contra os dois casais de jovens imigrantes moçambicanos, um dos quais seu inquilino.

A leitura da sentença durou cerca de uma hora.

O juiz Thomas Matundzi descreveu de forma resumida todo o processo, começando com a discussão que Welcome Sonali Boni manteve com o seu inquilino Carlitos, passando pela violência que matou os jovens, declarações das seis testemunhas arroladas pelo Ministério Publico e a defesa do acusado.

Segundo o juiz, o acusado não pediu desculpas nem mostrou remorsos mesmo com o drama descrito por testemunhas oculares que acompanharam o incidente.

O magistrado disse que o cidadão é um criminoso cadastrado que teve dois processos crimes em 1998 e 1999, um dos quais de homicídio voluntário do seu próprio pai e o outro de violação sexual da tia.

Thomas Matundzi concluiu que Welcome Boni constitui grande perigo para a sociedade e por isso vai ficar na cadeia por toda a vida.

“O acusado no caso número 1, 2, 3 e 4 é sentenciado à prisão perpétua”, decidiu o juiz.

Famílias sem indemnização

Welcome Solani Boni ficou indiferente com as quatro sentenças pronunciadas pelo juiz.

Apenas o advogado público disponibilizado pelo Estado para a sua defesa reagiu dizendo que o tribunal não tinha provado o envolvimento do seu cliente nos crimes.

Por seu lado, o representante do Ministério Publico sul-africano refutou imediatamente as alegações do advogado de defesa.

As quatro famílias enlutadas dizem ter ficado satisfeitas com a justiça.

Entretanto, as famílias das vitimas gostariam de receber indemnização pelos danos causados, mas a sua intenção pode fracassar porque as vitimas não tinham documentos para residirem legalmente na África do Sul.

 

Author: Redacção

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