Praticas secretas de excisão genital feminina em crianças menores de um ano ainda em vigor em Guiné Bissau
A presidente de uma Organização Não Governamental (ONG) guineense que luta contra a Excisão Genital Feminina (EGF) denunciou, hoje, que a prática “continua a acontecer de forma secreta” no país e agora em menores de um ano. Citou o Noticias ao Minuto.
Mária Domingas Seck, que lidera a ONG “Sinin Mira Nassiquê”, expressão em dialeto mandinga que significa “Olhar o futuro”, responsabilizou o Estado guineense pela falta de medidas para evitar que a prática persista.
A responsável indicou que “cada vez mais”, comunidades islamizadas “um pouco por todo país” têm estado a submeter crianças “de tenra idade” à prática da excisão, como forma de contornar a lei que proíbe a excisão desde 2011.
“Antes faziam a excisão às crianças aos sete anos, mas agora fazem-na, às escondidas, logo no sétimo dia após a nascença”, observou Mária Seck.
A presidente disse que, os familiares aproveitam-se da festa do baptismo da criança, ao sétimo dia, para na mesma altura celebrar a excisão e desta forma, dissimular a prática.
Dados do governo guineense e de organizações nacionais e internacionais que trabalham contra a EGF referem que cerca de 50% das mulheres e raparigas do país tenham sido submetidas à prática.
O País