Um balde de água fria!
Há duas semanas quando a Kroll tinha que entregar o relatório de investigação às dividas ocultas, a Procuradoria-Geral da República (PGR), porque sabia que tal não iria acontecer, correu a publicar um comunicado sobre Nini Satar, só para desviar atenções. Efectivamente, o povo moçambicano deixou de se concentrar no concreto. Era Nini Satar para cá e para lá. Queimou-se tempo. A areia foi deitada aos olhos dos incautos.
E depois de se falar tanto de Nini Satar, tudo se esfumou. Hoje era esperado, com ansiedade, que a Kroll nos desse a conhecer os resultados das suas investigações às dívidas ocultas. A nossa ansiedade geral não vai ser satisfeita. O relatório vai ser entregue sim hoje à PGR. A embaixada da Suécia, a financiadora da auditoria, terá o relatório amanhã. Mas há um porém, no tal relatório estarão censurados os nomes dos implicados na nossa miséria colectiva. Só a PGR terá o relatório não censurado. Aliás, todos os financiadores do Orçamento do Estado moçambicano, incluindo o FMI, terão o relatório censurado.
O povo moçambicano só saberá do conteúdo do relatório daqui a 90 dias. Quer dizer, o mais interessado é o último a saber. Este Governo já mostrou o que tinha para mostrar. Vão votar às próximas eleições, meus compatriotas!
Alguém aqui acredita que a PGR terá musculatura suficiente para instruir quaisquer processos contra os prevaricadores? Eu, Nini Satar, duvido e tanto. O país está de rastos e lambuzaram-se os camaradas com o dinheiro do povo. Ninguém vai ser ouvido neste caso. Atenção, estou a falar simplesmente de ser ouvido. O dinheiro desapareceu, e tudo continuará como está. Este é o país real. Se o povo não cerrar os punhos, jamais será livre. Continuará sempre a ensaiar o inalcançável voo.
Um beijo Moçambique!
Nini Satar